“Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!”


 Inicio a reflexão deste V Domingo do Tempo Comum com a as palavras de Paulo na I Carta aos Corintos: 9,6 “Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!”

A liturgia de hoje coloca-nos frente a grandes questões que afligem os corações dos homens:

Qual o sentido do sofrimento e da dor que caminha lado a lado com a humanidade?

Qual o posicionamento de Deus diante dos dramas que marcam a nossa existência humana?

Frente a essas questões, a liturgia de hoje não tem respostas absolutas, más nos ilumina com uma certeza fundamental: “O projeto que Deus tem para nós não é um projeto de morte, mas é um projeto de felicidade e de vida, que estão a nossa disposição, para tomarmos posse, para isso é necessário que nos abandonemos nos braços do Senhor.

A primeira leitura do livro de Jo 7,1-4.6-78, o profeta comenta, com amargura e desilusão, o fato de sua vida estar marcado por um grande sofrimento que se agrava com o sentimento da ausência e da indiferença de Deus, apesar de seu sofrimento.

Com todo este cenário de sofrimento, Jó se dirige a Deus, sua única esperança para livrá-lo de todo o mal e com confiança ele acredita que fora da proteção de Deus não há possibilidade de salvação. Por isso, sua oração é de entrega e de esperança que Deus em sua misericórdia irá olhar para aquele servo que sofre: “Lembra-te que minha vida é um sopro e que meus olhos não voltarão a ver a felicidade” (Jo 7,7)

Na segunda leitura, Paulo, ao escrever a comunidade de Corinto, em  I Cor 9,16-19.22-23, fala-nos de uma realidade que não podemos fugir, se queremos seguir Jesus Cristo nosso Salvador, e tornarmos participantes do Evangelho que nos encaminha para a verdadeira felicidade.

Nessa passagem, Paulo nos mostra como deve ser a trajetória de um evangelizador, que deve ter sua vida inspirada no Mestre assumindo plenamente a realidade humana, se tornando fraco com os fracos para ganhar os fracos, tudo para todos a fim de ganhar alguns a todo custo (Fl 2,6-11). Ele nos ensina que o evangelho é a encarnação do filho de Deus, que esvaziou-se de prerrogativas e privilégios para assumir nossa humanidade em tudo, menos no pecado, com isso Ele mostra seu rosto divino no nosso rosto humano, por este motivo e por outros muitos é que Paulo nos diz:  “Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!” (I Cor 9,6)

No Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1.29-39, Deus manifesta sua preocupação, cuidado e vontade de querer salvar toda a humanidade sem exclusão. A ação de Jesus que salva, liberta e cura mostra toda a força e esforço de Deus para tal finalidade. Jesus mostra ainda que sua ação tem de ser continuada pelos seus discípulos por toda eternidade. “Disse-lhe “vamos a outros lugares, às aldeias da vizinhança, a fim de pregar também ali, pois foi para isso que eu saí.” E foi por toda a Galiléia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios” (Mc 1.38-39).

Com a manifestação de Jesus com seu poder curativo e salvífico, São Marcos toma alguns aspectos para nos mostrar a força de Deus na pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor em sua missão de Messias, Mestre e Senhor.

Jesus, após sair da sinagoga de Cafarnaum, foi à casa de Simão e André acompanhado de Tiago e João, portanto Jesus estava entre amigos em um ambiente familiar, na ocasião (não por acaso) a sogra de Pedro estava doente.

Jesus tomando a iniciativa, aproxima-se da sogra de Pedro (o Evangelho não fala o nome dele) que representa toda a humanidade doente escravizada pela força do pecado, Ele toma a iniciativa, pois a missão que recebeu do Pai consiste em realizar a libertação do homem de tudo aquilo que o faz sofrer e lhe rouba a vida.

Jesus tomou a doente pela a mão e “levantou-a” - verbo utilizado pelo evangelista (o verbo grego “egueirô” – “levantar”). Encontramos essa expressão e suas variáveis, por 533 vezes na bíblia - toda a vez que esta palavra for proclamada, Deus já providenciou um milagre que está a nossa espera, a decisão e de cada um. Acredite, ele quer nos livrar de todo o mal. 

A mulher começa a “servi-los”. O efeito imediato que brota da opção feita por Jesus e seu contato dinamizam nossa vida, que deve se concretizar com o serviço na prática do evangelho.  “Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!” (I Cor 9,6).

No final do dia, tudo que aconteceu no ambiente da casa de Simão e André acontece na rua. É Jesus nos ensinando que a Igreja verdadeira deverá estar sempre em saída, Mc 1, 32-34 “Ao entardecer, quando o sol se pôs, trouxeram-lhe todos que estavam enfermos e endemoninhados. E a cidade inteira aglomerou-se à porta. Ele curou muitos doentes de diversas enfermidades e expulsou muitos demônios. Não consentia, porém, que demônios falassem, pois ele sabia quem era ele.”

Que nossa Mãe das Graças nos ensine a ser apóstolo do Mestre como ela foi e a amá-lo como ela o amou.

Diácono Artur Carlos Pereira

Referência:

Bíblia tradução Jerusalém

https://www.dehonianos.org

Roteiros Homiléticos – Pe José Bortolini



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