Vós deveis rezar assim



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esta terça-feira, (18), celebramos com toda a Igreja a XI Semana do Tempo Comum, A liturgia nos propõe refletir na primeira leitura, Eclesiástico, 48, 1-15, tendo como resposta o Sl 110(111) e o evangelho coração da palavra do Senhor, Mt 6, 7-15. Sugiro que faça uma leitura orante, individual e deixe o Espírito Santo lhe guiar, depois reflita comigo neste texto, que hoje vós apresento.
Este livro é definido pela bíblia de Jerusalém, em sua tradução da seguinte forma: “Seu título latino Eccsiasticus (liber) é uma demonstração recente de (São Cipriano), que sublinha sem dúvida o uso oficial que dele fazia a Igreja, em contraposição com a Sinagoga. Em grego (cf. a assinatura, 51,30) o livro chama-se “Sabedoria de Jesus, filho de Sirac” [...]. Os modernos o chamam Bem Sirac ou o Sirácida (segundo a forma grega Sirac.).
Nesta passagem de Eclesiaste, que ora refletimos, vemos a grandeza de Deus, que se impõe através da transparência do homem, ele nos convida a abrir os olhos todos os dias para motivar-nos a comtemplar Deus em nossos irmãos, através da oração, da fé e da confiança em Deus expressado pelos profetas e, especialmente, pelo profeta Elias. São Tiago escreve que nossa oração tem poder diante de Deus: “Confessai, pois, uns aos outros, os vossos pecados e orai uns pelos outros, para que sejais curados.  A oração fervorosa do justo tem grande poder. Assim Elias, que era um homem semelhante a nós, orou com insistência ara que não chovesse, e não houve chuva na terra durante três anos e seis meses. Em seguida tornou a orar e o céu deu a sua chuva e a terra voltou a produzir frutos.” (Tg 5, 16-18).
O Evangelho, coração da palavra de Deus, Jesus nos ensina que somente através da oração podemos nos reconciliar com o Pai, tendo Ele como caminho, verdade e vida. A revista Igreja em Oração, de uma forma muito sintética e clara, resume tudo: “Ele nos reconciliou com o Pai e nos justificou pelo seu Sangue.  Nele, por Ele e com Ele, a nossa oração tem um poder inestimável, pois é ele que ora no seu Corpo e é a Ele que oramos, em nossa cabeça”, (nº 66, pg. 76).
A Oração do Pai Nosso é o resumo de toda a história da salvação, deve ser o prefácio de todas as outras orações e a iluminação de toda nossa caminhada tendo como figura central Nosso Senhor Jesus Cristo. O Catecismo da Igreja Católica (CIC), parágrafo 2762, cita Santo Agostinho: “Percorrei todas as orações que se encontram nas Escrituras, e eu não creio que possais encontrar nelas algo que não esteja incluído na oração do Senhor”. Cita também São Tomaz de Aquino no parágrafo, 2763: “A oração dominical é a mais perfeita das orações... Nela não só pedimos tudo quanto podemos desejar corretamente, mas ainda segundo a ordem em que convém deseja-lo. De modo que esta oração não só nos ensina a pedir, mas ordena também todos os nossos afetos.”
Depois de proclamarmos que Deus é Pai e aceitar Jesus Cristo como Salvador, cada um pode dirigir-se ao céu com suas orações pessoais, conforme suas necessidades, tendo como base os sete pedidos desta oração, na versão de São Mateus que a tradição litúrgica da Igreja conservou: “ 1)Santificado seja o teu Nome; 2)Venha o teu Reino; 3)Seja feita a tua Vontade, na terra como no céu; 4)O pão nosso de cada dia dai-nos hoje; 5)E perdoai-nos as nossas dívidas, como também nós perdoamos aos nossos devedores; 6)E não nos exponha a tentação; 7)Mas livrai-nos do Maligno” (Mt 6, 9-13). São Lucas nos apresenta um modelo mais breve, cinco pedidos, porém em sua conclusão ele faz referência a eficácia de quem busca esta oração como forma de reconciliação com o Pai, nos dando a certeza de que nossos pedidos serão atendidos: “Também eu vos digo: Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto. Pois tudo o que pede recebe; o que busca, acha; e o que bate, se abrirá” (Lc 9,11).

(Mt 6, 9-10).

No início da oração do Pai Nosso,  Jesus nos ensina que Deus assim como é seu Pai, também é nosso Pai, o parágrafo 2781 (CIC) nos ensina que quando rezamos ao Pai, estamos em plena comunhão com Ele e com seu Filho que nos salva e com o Espírito Santo que santifica; veja o que nos ensina o CIC no parágrafo 2782: “Podemos adorar ao Pai porque ele nos fez nascer para sua Vida adotando-nos como filhos em seu Filho único: pelo Batismo ele nos incorpora no Corpo de seu Cristo, e, pela Unção de seu Espírito que se derrama da Cabeça para os membros faz de nós “cristos”: Com efeito, Deus que nos predestinou à adoção de filhos, tornou-nos conformes ao Corpo Glorioso de Cristo. Doravante, portanto, como participantes do Cristo, vós sois como justa razão chamados “cristos””.
E para finalizar, o Pai nosso nos apresenta duas expressões que se confundem e pode gerar muitas dúvidas: “[...]estás nos céus, [...]. Seja feito a tua Vontade na terra, como no céu [...] (Mt 6, 9-10). A primeira expressão, 'Céus' não é um lugar, nem está relacionado a um modo de ser, como um coração contrito agradável a Deus, céus é a união dos corações, contritos,  justos que juntos fazem a vontade de Deus, e  Ele se faz presente na pessoa de Jesus Cristo,  fazendo destes corações, “os céus”, podemos dizer que céus é sua igreja. A segunda expressão, “[...] seja feito a tua Vontade na terra, como no céu[...] (Mt. 6, 9-10), nos remete ao local da habitação de Deus, onde toda vontade d’Ele, já é cumprida. Jesus nos ensina a pedir que a vontade de Deus seja também, cumprida em toda terra, que nos proporcionará uma unidade inabalável com Cristo, tornar-nos parte de seu corpo.
Que a benção de Deus Pai todo Poderoso, rica em misericórdia, desça sobre você e sua família, e que a Semente da Caridade cresça e frutifique em sua vida e de sua família.
Referências:
Bíblia: tradução Jerusalém
CIC – Catecismo da Igreja Católica
Revista Igreja em Oração, Edição nº 66

Diácono Artur Pereira
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Arquidiocese de Teresina
Revisão: Wellington Fabrício

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Comentários

  1. Um bom ensinamento e excelente reflexão. A primeira expressão, 'Céus' não é um lugar, nem está relacionado a um modo de ser, como um coração contrito agradável a Deus, céus é a união dos corações, contritos, justos que juntos fazem a vontade de Deus, e Ele se faz presente na pessoa de Jesus Cristo,

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