DÉCIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM – A

 


Com toda a Igreja hoje celebramos o décimo primeiro domingo do tempo comum. Neste domingo a liturgia nos mostra a presença efetiva e contínua de Deus, e sua intervenção na história através daqueles que Ele chama e envia para ser sinal vivo do seu amor e testemunha de sua bondade.

Peço que façam uma leitura orante dos trechos de hoje.

A primeira leitura Êx 19,2-6a, apresenta-nos o Deus da “aliança”, um Deus que liberta um povo, e o conduz pelo deserto, com todo o cuidada de Pai, (Êx 19,4 – “Vós mesmos vistes o que fiz ao Egito, como vos carreguei sobre asas de águia e vos fiz chegar até mim”) com o propósito de confiar-lhe uma missão sacerdotal: Israel deve ser um Povo reservado para o serviço de Deus, isto é ser sinal da presença salvífica de Deus: (Êx 19, 6ª “E vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa”).

 A segunda leitura Rm 5, 6-11, nos mostra o amor de Deus pela comunidade dos discípulos. Sua missão como colunas que sustentam a igreja, é dar testemunho de um Deus, misericordioso, que ama a toda humanidade, um amor que educa, que perdoa, um amor gratuito inquestionável e único, não olha para o passado muito menos para o presente, más é firmado naquilo que temos o potencial de ser, nisso se apoia o magistério de Deus e da Igreja.

Para adentrar no entendimento da segunda leitura tirada da carta de Paulo aos Romanos 5, 6-11 recorro aqui os Dehonianos: (https://www.dehonianos.org/portal/11o-domingo-do-tempo-comum-ano-a0/) “O texto que nos é proposto é a parte final de uma perícopa que começa em Rom 5,1. Nessa perícopa, Paulo explica o que brota dessa “justificação” que Deus nos ofereceu: em primeiro lugar, a paz, que é a plenitude dos bens (cf. Rom 5,1); em segundo lugar, a esperança, que nos permite caminhar por este mundo de cabeça levantada, de olhos postos no futuro glorioso da vida em plenitude (cf. Rom 5,2-4). Em terceiro lugar (e assim chegamos, finalmente ao texto que nos é proposto hoje como segunda leitura), sermos “justificados” (isto é, recebermos, de forma totalmente gratuita uma salvação não merecida) implica descobrir o quanto Deus nos ama. O amor de Deus pelos homens é, para Paulo, algo que nunca deixará de o “espantar”; e é esse “espanto” que ele procura transmitir aos cristãos nas linhas seguintes…”

O Evangelho segundo Mat 9,36-10,8 traz-nos o “discurso da missão”. Nele, Mateus apresenta uma catequese sobre a escolha, o chamamento e o envio dos doze discípulos para anunciar o “Reino”. Esses “doze” serão os continuadores e multiplicadores, da missão de Jesus, que veio com a proposta de libertação, feita por Deus aos homens, e realiza em Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador.

A pedagogia da escolha e do envio, veio quando Jesus constata a situação do povo, como descreve (Mat 9,36 “Vendo a multidão, tomou-se de compaixão por elas, porque estavam exaustos e prostradas como ovelha sem pastor.”), o povo precisava de uma liderança que o conduzissem para um ambiente onde pudesse tomar posse da liberdade que o dessem dignidade. Quando estamos carente de líderes que não sejam comprometidos com o sofrimento do povo, este se torna “ovelha sem pastor” ficando à mercê da ganância dos poderosos e predadores deste mundo.

A constatação de Jesus acompanha a compaixão, que suscita sempre gestos concretos de serviço a causa dos pobres e sofredores, que no Evangelho de Mateus se traduz na prática da Justiça, ser justo para Mateus é estar alinhado com o projeto salvifico de Deus.

 Para Jesus a missão de libertar o povo de todo tipo de alienação, requer a nossa colaboração, Ele compara este processo a um grande campo, pronto para o colheita, por isso Ele chama todos a esta missão, é preciso ser missionário, trabalhar com afinco na messe do Senhor para que os frutos não apodreçam no campo, (Mt 9,37 “A messe é abundante, mas os operários, poucos numerosos”) Jesus então pede que nossas orações seja direcionada a pedir operários comprometidos com o reino preparado para cada um de nós. (Mt 9,38 “pedi, pois, ao dono da messe que mande operários para sua messe.”).

A missão anda de mãos dadas com a comunhão, não é por acaso que os 12 apóstolos chamados por Jesus, não seja um grupo fechado elitista, pelo contrário o número 12 recorda as 12 tribos de Israel que é símbolo de totalidade. O chamado não é só para os doze nominado no trecho que ora refletimos, o chamado é para todos aqueles que estão dispostos a libertar-se, caminhando pela Iniciação a Vida Cristã (IVC) dando continuidade a missão vivida pelo Mestre, que veio para libertar a todos de qualquer tipo de alienação, curando os doentes, ressuscitando os mortos, purificando os leprosos, expulsando os demônios.

Que possamos assumir esta missão, de anunciar a proximidade do Reino, um chamado de Jesus, como escrito em Mat 10,7-8 (“A caminho, proclamai que o reino dos céus se aproximou. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai”). Este chamado são sinais da justiça e fraternidade, que nos coloca na esfera da gratuidade, geradora de uma nova ordem social, onde o mundo tenha como centro Deus na pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvado. “Sejamos missionários comprometidos”

 Diácono Artur Pereira

Referencias:

Bíblia, TEB

Roteiros Homiléticos Pe. José Bortoline

https://www.dehonianos.org/portal/11o-domingo-do-tempo-comum-ano-a0/


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