2º Domingo do Tempo Comum


Depois de vivenciar o Natal do Senhor e as cinco festas que celebramos no Tempo do Natal, iniciamos o tempo comum (verde) com o II Domingo. Este tempo litúrgico tem 34 semanas, em que devemos viver a nossa rotina, uma rotina que é feita de pequenas coisas, que devem ser abertas para a presença de Deus, pois Ele é quem dará significado à nossa vida.

A oração coleta deste domingo nos convida a vivenciar todo o ano litúrgico tendo como vocação a missão, a oração e a súplica: “DEUS ETERNO E TODO PODEROSO, que governai o céu e a terra, escutai clemente a suplica de vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz”.

A pergunta que permeia toda liturgia é: “O que estão procurando?”

Esta pergunta feita aos discípulos de João é também feita a todos nós, que buscamos a verdadeira felicidade, a alegria, e a paz. É preciso, sobretudo, que se tenha ouvidos, aberto para o chamado do Senhor.

Ele que chamou e continua chamando a todos a participarem do seu reino, não faz acepção de pessoas, não olha para o pecado e sim para o pecador, não olha para a fraqueza humana, pois é na fraqueza humana que se manifesta o poder de Deus. Ele não quer saber o que fomos, nem o que somos, mas sim o que poderemos a ser, se agirmos como Samuel, que se colocou diante dele e disse: “Fala teu servo ouve” (1Sam 3,10),   ouvindo em seguida a resposta de Deus “Vou fazer uma coisa em Israel que fará tinir ambos os ouvidos todos os que ouvirem. Naquele dia farei cumprir contra Eli tudo o que disse acerca de sua casa, do começo até o fim. ... Samuel  crescia, Iahweh estava com ele, e nenhuma  das palavras que lhe dissera deixou cair em terra” (1Sm 3,10.19). [Primeira leitura.]

Paulo na Primeira Carta aos Corintos (6,13c-15a. 17-20) repreende aquela comunidade a respeito da imoralidade, nos dando assim um indicativo que permeia toda liturgia de hoje “O que estão procurando?” Tudo indica que se trata da prostituição sagrada.  Alguns membros da comunidade de Corinto achavam normal frequentar estes templos para  unir-se às prostitutas sagradas da deusa pagã protetora da cidade. Paulo repreende a população daquela cidade da mesma forma que nos repreende. 

Em primeiro lugar, a imoralidade “não” é uma necessidade do corpo, ao contrário, ela degrada, escraviza e devasta aquilo que foi criado para ser templo do Espírito Santo de Deus.

Em segundo lugar, Paulo tanto ajuda a comunidade de Corinto como a todos nós a responder a perguntas que faz a liturgia deste II Domingo: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei então os membros de Cristo para fazê-los membro de uma prostituta? Por certo, não! Não sabeis que aquele que se une a uma prostituta constitui com ela um só corpo? Pois está dito: Serão dois em uma só carne. Ao contrário, aquele que se une ao Senhor, constitui com Ele um só espírito.” Com isso, concluímos que nossa busca só terá sucesso quando temos o Senhor nosso Deus na pessoa de Jesus Cristo como ponto de partida e de chegada.

João Batista responde à pergunta: “O que estão procurando?” 

Evangelho segundo João (1.35-42)  tem como finalidade apresentar Jesus aos dois primeiros discípulos, confirmada pela expressão “eis o cordeiro de Deus”, símbolo da libertação oferecida por Deus ao seu povo cativo no Egito (Ex 12,3-14.21-28). Nesta expressão, Jesus é definido como o enviado de Deus, que vem inaugurar um novo tempo em que se eliminarão as cadeias do egoísmo e do pecado. O pecado escraviza o homem e o impede de ter uma ação de dar e receber com nosso Senhor na pessoa de Jesus Cristo, no qual João Batista é precursor.

O resultado da indicação de João é a adesão dos discípulos ao reconhecerem Jesus como o Messias, que traz uma proposta de vida e vida em abundancia. Eles caminham com Ele em uma estrada ladeada de amor, entrega e abandono, tendo os mesmos objetivos no labor da mesma missão. 

Na companhia de Jesus, não há lugar para dúvidas, para desculpas, para considerações que adiam decisões. Para procurar garantias, a salvação acontece na medida em que aderimos ao projeto de Deus, tem que ser hoje, agora! O amanhã poderá ser tarde. 

Que Nossa Senhora das Graças nos ensina a amar seu Divino Filho como ela o amou desde sempre.

Tenham um domingo santo e uma semana cheia de Deus.

Fiquem com Deus.

 

Diácono Artur Carlos Pereira

Referência:

Bíblia tradução Jerusalém

https://www.dehonianos.org

Roteiros Homiléticos – Pe José Bortolini


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