Primeiro Domingo do Advento

Hoje, com toda a Igreja, celebramos o I Domingo do Advento ano B. O Advento marca uma nova etapa de nossa caminhada, este é o tempo de espera da manifestação plena do filho de Deus, até que cheguemos à comunhão definitiva com Jesus Cristo.

O Advento é tempo de construir e de caminhar, na solidariedade e partilha. Jesus se apresenta continuamente de formas variáveis, principalmente nos abandonados por um sistema injusto.  Só a vigilância ativa será capaz de descobri-lo nas diversas situações em que se apresenta. 

A Primeira  Carta de Paulo aos Coríntios, em seu preâmbulo, nos fala da perseverança,  dom vindo de Jesus, que devemos tomar posse, procedendo de forma irrepreensível, vigiando ostensivamente nosso procedimento. Temos que ter presente que seguimos um Deus, misericordioso, justo, inclinado ao perdão que carrega o desejo ardente em seu coração a missão de salvar a todos: “É Ele também quem vos favorece até o fim, para que sejais irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor Jesus Cristo. É fiel o Deus que vos chamou à comunhão com seu filho Jesus Cristo, nosso Senhor.”  (1Cor 1, 8).

A Primeira Leitura (Is 63,16b-17.19b; 64,2b-7) é uma oração coletiva de súplica, por um povo que enfrenta muitas dificuldades, tanto no exílio, como na reconstrução de um Estado que foi destruído pelo poder opressor da época. Desse modo vem o clamor do profeta: “Há muito que somos um povo sobre o qual não exerces o teu domínio, sobre o qual não invoca o teu nome. Oxalá que fendesses o céu e descesses – diante de tua face os montes se abalariam”. O pedido do profeta é uma nova manifestação de Deus (Teofonia), tal como aconteceu no Sinai, onde Deus se deu a conhecer ao povo, como um Deus próximo e aliado na construção de uma sociedade justa e fraterna com base no amor. Este Deus que vem se revelando ao longo da história, é o mesmo Deus que continua a mostrar sua face divina, na face humana do homem.

O Evangelho que hora refletimos (Mc 13,33-37), faz parte do discurso escatológico que permeia por todo o capítulo 13 de Marcos. O foco deste capítulo nos dar o espírito do Advento, tempo de espera e “vigilância”. O verbo “vigilância” aparece por quatro vezes, dando-nos a importância e o significado do “estado de vigilância”.

Por que vigiar? Vamos olhar a vigilância sob dois aspectos.

Primeiro porque não é possível saber nem o dia nem a hora, pois o fim de tudo não tem hora e nem data, vai depender de muitas variáveis, passando todas pela vontade de Deus: “Atenção, e vigiai, pois não sabeis quando será o momento.” (Mc 13,33).  

Segundo, a partir do capítulo 13 de Marcos, Jesus nos fala da vigilância sob o ponto de vista  proativo. Ficar atento aos acontecimentos, pois não sabemos quando eles virão: “Vigiai portanto, porque não sabeis quando o Senhor da casa voltará”.

O Evangelho também mostra que Jesus se compara a um homem que viajou e entregou seus bens aos administradores (Mc 13,34). 

Mas que bens são estes?

Estes bens não são coisas, mas sim a continuação do projeto iniciado por Deus deste o pecado original a consumado na cruz por Jesus, que cumpriu a vontade do Pai em sua plenitude, deixando para nós a missão de evangelizar, baseado no exemplo e no serviço: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e servo de todos” (Mac 9,35).

Nesta, como em todas as parábolas contadas por Jesus, a comparação tem um sentido, “vigiar para não ser surpreendido”, dá a impressão que o dono da casa está para chegar, porém, não sabemos nem o dia e a hora. A atitude básica do discípulo/empregado é uma espera ativa, que nos colocará no caminho da Iniciação à Vida Cristã (IVC), onde nos levará ao encontro pessoal com Deus, na pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor.

Isso não vale apenas para alguns, para Deus estamos no mesmo nível, Ele não faz acepção de pessoas, portanto ninguém está dispensado de passar pelo itinerário proposto pelo IVC: Anúncio; Catequese; Iluminação e Mistagogia.

E, para concluir, o Evangelho que hora refletimos coloca luz: “E o que vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13,37).

Fiquem com Deus e que este período de Advento nos ensine que a vigilância ativa nos levará ao encontro pessoal com Deus na pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor e único salvador, que Maria, nossa mãe das Graças, nos ensine a mar Jesus como ela o amou.

Diácono Artur Carlos Pereira

Referência:

Bíblia tradução Jerusalém

Roteiros Homiléticos  Anos A,B,C Pe José Bortolini


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