III DOMINGO ADVENTO - B 17.12.2023

 


Hoje, com toda a Igreja, celebramos o III Domingo do Advento.  A liturgia deste III Domingo do Advento apresenta-nos como cenário a certeza de que Deus quer ardentemente nos tirar do cárcere “escuro”, para uma liberdade a qual nos levará ao encontro pessoal com Deus na pessoa de Jesus, a “luz” do amor, da “alegria” e que deve iluminar-nos todos os dias de nossa existência.  

Alegria é a palavra-chave para este domingo, a antífona da Missa de hoje, já nos dar este tom “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: Alegrai-vos! O Senhor está perto”. 

Santa Madre Teresa de Calcutá conseguia enxergar esta alegria na face dos pobres, que tem uma alegria contagiante, sem motivos externos, mas na certeza de que são a preferência de Deus, que o inspira a escrever: “A alegria é a oração, a alegria é a fortaleza, a alegria é o amor, a alegria é uma rede de amor com a qual podeis chegar as almas.” Que esta alegria possa nos contagiar, ela vai nos levar ao céu.  

Na primeira leitura de Is 61,1-2.10-11, o profeta fala de sua missão, que é anunciar a boa nova, a presença de Deus no meio do povo, Is 61,1-2O espírito do Senhor Iahweh está sobre mim, me ungiu; enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres, a curar os quebrantados de coração e proclamar a liberdade dos cativos, a liberdade aos que estão presos...” 

Quem são os pobres? E cativos? 

Os pobres são os destinatários dessa mensagem de esperança.  No contexto bíblico, a categoria “pobres” é menos sociológica e mais espiritual, eles são os carentes de bens, de atenção, de dignidade, de liberdade de direitos e até mesmo de amor, vivem abandonados nos guetos existencial, necessita de amor acolhimento, motivo pelo qual são os preferidos de Deus, que os olha com ternura e amor.  

A segunda leitura Paulo escreve aos Tessalonicenses (1Ts 5,16-24), foi escrita no I século DC, em um ambiente portuário, de intenso comércio, era encruzilhada religiosa, no qual os cultos locais conviviam com todo tipo de proposta vinda de todo Mediterrâneo. 

Neste contexto, bem parecido com o mundo globalizado de hoje, Paulo dá conselhos para os Tessalonicenses, que se aplica às nossas comunidades. “Orai sem cessar”; “Por tudo dai graças”; “Não Extingais o Espírito”; Não desprezei as profecias”; “Discerni tudo e ficai com o que é bom”; “Guardai-vos de toda espécie de mal”. Tudo isso com alegria que deve ser a marca daquele que está alinhado com o projeto salvífico de Deus e busca a santidade. 

O Evangelho de Jesus Cristo segundo Jo 1,6-8.19-28 nos apresenta João Batista, um homem corajoso, pronto a dar a vida pelas suas próprias convicções, um homem que vem com a missão de abrir o caminho para a passagem do Senhor, vive em função dos outros. Esse homem é feliz, com isso mostra que a verdadeira felicidade não é construída no exterior, mas da profundeza de nosso coração, quando nos alinhamos à vontade de Deus, esta é a verdadeira alegria.  

João é este homem que, com firmeza e convicção, responde aos Sacerdotes e Levitas sobre sua missão. Jo 1,20-23 “Eu Não sou Cristo”; “Eu não sou Elias”; “Eu não sou um profeta” .... “Eu sou a voz que clama no deserto: Aplainai o caminho do Senhor”. 

João Batista era um homem respeitado, venerado, era procurado por todas que se arrependiam, pois queriam receber o batismo.  Todavia, ele desfez toda a atenção de si, para colocar luz sobre aquele que ele anunciava “Jesus Cristo”, ele morria Jesus adentro, porque o Cristo era, é e será a verdadeira luz. Só em Jesus encontraremos a verdadeira felicidade. 

A voz que clama no deserto existencial de nossa caminhada é aquela que convida-nos a deixar as “trevas” e nascer ou renascer para a luz. Implica na prática do bem, abandonar a mentira, os comportamentos egoístas, as atitudes injustas, os gestos de violência, os preconceitos, o comodismo, a autossuficiência, enfim, tudo que compromete a relação com Deus. Em uma análise mais pessoal, devemos nos questionar sobre qual atitude de mudança devemos implementar em nossa vida para sair da escuridão para a luz: O que me escraviza e me impede de ser plenamente feliz? O que em mim gera desilusão, frustração, desencanto, sofrimento? 

Para concluir, a reflexão do Segundo Domingo do Advento, vimos o lado paraclético de João, aquele que consola. Neste domingo, ele continua a nos consolar, anunciando Jesus que está no meio de nós, diferente dele que batizava com água, Jesus batizará com o Espírito Santo de Deus, como escreve ( Jo 1,26) “Quanto a mim eu batizo com água. No meio de vós está aquele que vós não conheceis: Ele vem depois de mim e eu nem sou digno de desatar a correia de sua sandália”. 

Que possamos vivenciar estas duas semanas do advento nos preparando para o Natal da “luz” que nunca perderá o brilho, pois esta luz é Jesus Cristo, o maior presente que recebemos das mãos do próprio Deus, que se encarnou no seio da Virgem Maria. Que Maria das Graças nos ensine a amar seu divino filho como ela o amou. 

Diácono Artur Carlos Pereira 

Referência: 

Bíblia tradução Jerusalém/TEB 

Roteiros Homiléticos Anos A,B,C Pe José Bortolini 

Revisão Ortográfica 

Professora Rosa Camila 

 

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