XXXIII DO TEMPO COMUM

 


Hoje, com toda a Igreja, celebramos o XXXIII Domingo do Tempo Comum, continuamos a ser chamada à “vigilância”. Hoje de um modo especial, a cuidar das coisas de Deus, colocando os talentos que nos são dados a serviço da evangelização, sendo verdadeiros catequistas, instruindo à comunidade a fazer uma caminhada de inspiração catecumenal a Iniciação à Vida Cristã (IVC).

A vigilância é expressa na Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses (5,1-6), em que Paulo deixa claro que o importante não é saber quando o Senhor virá pela segunda vez, mas é estar atento e vigilante, vivendo de acordo com os ensinamentos de Jesus, sendo seus testemunhos, empenhando-se ativamente na construção do Reino, com prudência, coragem, amor verdadeiro e sabedoria.

 O Livro de Provérbios (31,10-13.19-20.30-31) nos apresenta um poema que fala sobre a sabedoria, personificando a pessoa da mulher prodigiosa, um tesouro que deve ser guardado e vivenciado com muito amor e perseverança.

A mulher é um tesouro que abençoa o lar, assim cantamos juntos o Salmo 127(128), versículo 3: “Tua esposa será vinha fecunda, no recesso do teu lar; teus filhos são rebentos de oliveira, ao redor de tua mesa”.

O capítulo 25 do Evangelho de São Mateus faz parte de seu discurso escatológico,  que se preocupa com o fim do mundo e o rumo que devemos dar a nossa vida para que possamos participar do banquete posto, tão sonhado por Deus e buscado pelos homens de forma tão adversa.

A palavra é “vigiar”, na parábola das virgens (Mat 25,1-13), Mateus nos dar o sentido do óleo, que alimenta a chama da lâmpada. Olhando para esta parábola, entendemos que a vigilância não tem o sentido de policiamento, ou controle sobre as pessoas e as consequências de seus atos, mas, sobretudo, nos indica que a “vigilância” é assumir o compromisso fiel com a prática da justiça.

Na parábola que refletimos hoje (Mateus, 25,14-30), continuamos com o tema vigilância, aliado a sabedoria, em que os destinatários desta parábola precisam ter presentes a recomendação de Jesus: “Se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no reino do Céu”, (Mat 5,20).

As parábolas do capítulo 25 de Mateus nos chama para o hoje (tempo), em vista do amanhã e nos questiona: como devemos nos ocupar enquanto o noivo (parábola das virgens) e o patrão (parábola dos talentos) não chegar? Se nosso tempo é precioso, nossa vida é muito mais, então não podemos trocar cinco minutos de prazer por uma eternidade.

A parábola dos talentos, o patrão (Deus) ao confiar seus bens a três servos, conforme narra Mateus (25,15): “A um entregou cinco talentos, a outro, dois, a outro um só, a cada um de acordo com sua capacidade”; nos ensina que toda e qualquer missão que recebemos de Deus somos capazes de realizar, isso nos faz lembrar o ditado popular “Deus dar o frio conforme o cobertor”. 

O Patrão da parábola (Deus) coloca em nossas mãos todos os seus talentos, que é nada mais e nada menos, o Reino do Céu. Ele quer nos mostrar como devemos agir na posse destes talentos, quais as consequências de nossas ações, e o que vai acontecer no acerto de contas na volta do patrão. “Muito tempo depois, chegou o Senhor daqueles servos e ajustou as contas com eles.” (Mat 25,19).

A mensagem central desta parábola é exatamente a prestação de contas, que esclarece de forma cristalina que aquele que recebeu cinco talentos e, com ele, lucrou mais cinco (Mat 25,20), não é mais importante que aquele que recebeu dois e lucrou mais dois (Mat 25,22), pois ambos recebem a mesma resposta do patrão em forma de elogio nos versículos 21 e 22 do capítulo 25: “Está bem, servo bom e fiel, foste fiel em pouca coisa, constituir-te-ei sobre muito; vem alegrar-te com teu Senhor”.

A parábola nos fala também do medo do risco e da busca de segurança. É o caso do empregado que recebeu só um talento. O medo nos paralisa e leva-nos a imaginar uma imagem falsa de Deus, conforme Mateus (25, 24): “... Senhor eu sabia que és home rigoroso; colhes onde não semeaste, ajunta o que não espalhastes”.

Na parábola dos talentos, como todas deste capítulo, Mateus exorta sua comunidade e a nós, no sentido de estarmos sempre vigilantes, sem nos deixarmos vencer pelo comodismo, autossuficiência ou pela rotina, esquecendo-se que a salvação tem uma dinâmica própria, que não se alinha com a apatia e a preguiça.

Para iluminar nossa reflexão, recorro aqui os Dehonianos que, em seu site, nos coloca frente com a atitude de um verdadeiro cristão. 

“Esquecer os compromissos assumidos com Jesus e com o Reino, demitir-se das suas responsabilidades, deixar na gaveta os dons de Deus, aceitar passivamente que o mundo se construa de acordo com valores que não são os de Jesus, instalar-se na passividade e no comodismo, é privar os irmãos, a Igreja e o mundo dos frutos a que têm direito.

O discípulo de Jesus não pode esperar o Senhor de mãos erguidas e de olhos postos no céu, alheado dos problemas do mundo e preocupado em não se contaminar com as questões do mundo… O discípulo de Jesus espera o Senhor profundamente envolvido e empenhado no mundo, ocupado em distribuir a todos os homens seus irmãos os “bens” de Deus e em construir o Reino.”

Que o Espírito Santo continue derramando seus dons sobre cada um de nós e que possamos, no bom uso dos bens recebidos, sermos multiplicadores destes dons, ajudando, assim, a transformar o mundo. Essa é a missão de todos nós.

E, para finalizar, peço a Nossa Mãe Maria de todas as Graças que nos ensine a amar Jesus como ela o amou e multiplicou este amor.

Diácono Artur Carlos Pereira

Referência:

Bíblia tradução Jerusalém

https://www.dehonianos.org/portal/32o-domingo-do-tempo-comum-ano-a0/


Comentários

  1. Deus o abençoe sempre meu irmão por suas gotas de sabedoria. Assim como na parábola dos talentos o senhor sempre o faz com maestria sendo um empregado bom e fiel. Um santo e abençoado dia.

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