XXVII Domingo do Tempo Comum

Hoje, com toda a Igreja, celebramos o XXVII Domingo do Tempo Comum. Os ensinamentos do Senhor nos enriquece e coloca-nos em sintonia com seu projeto, cheio de amor, paz, bondade, justiça e misericórdia. Ele não desiste de nós, não desistamos de buscá-lo.

A primeira leitura Is 5,1-7, o profeta, coloca luz no amor e no cuidado de Deus, Ele nos ama verdadeiramente, nós somos o seu povo e seu rebanho, expressado aqui na vinha que o Senhor plantou, cuidou e deu toda a estrutura, esperando, como contrapartida, colher uvas doce (amor). No entanto, colhe uvas selvagens, frutos que representam egoísmo, autossuficiência e injustiça.

A passagem que lemos hoje na segunda leitura Paulo aos Filipenses, 4,6-9, o Apóstolo nos chama à conversão e a depositar nossa fé em Deus na pessoa de Jesus, com orações, súplicas e agradecimento por tudo que poderemos ser, quando colocamos nossa própria vida nas mãos de Deus. Ele sabe tudo, Ele ver tudo, sua misericórdia é bem maior que nosso pecado. (Fl 4,6-7) “Não vos inquieteis com nada; mas apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que excede toda a compreensão, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus”  

Os Dehonianos, em seu site, fazem um resumo da exortação de Paulo aos Filipenses: “Paulo exorta os cristãos da cidade grega de Filipos – e todos os que fazem parte da “vinha de Deus” – a viverem na alegria e na serenidade, respeitando o que é verdadeiro, nobre, justo e digno. São esses os frutos que Deus espera da sua “vinha””

No Evangelho, segundo Mt 21, 33-43, Jesus conta-nos uma parábola, que tem o mesmo ponto de partida do canto de Isaías, usando os mesmos elementos, um “Senhor” plantou uma vinha, cercou de todos os cuidados necessários para seu desenvolvimento, cercou-a, cavou um lagar e levantou uma torre.

A partir deste ponto, a parábola contada por Jesus afastou-se um pouca da contada por Isaías. Na parábola de Jesus, Ele não explora a “vinha” diretamente, em confiança entrega a uns “vinhateiros” que deviam prestar contas da produção da “vinha”. Entretanto quando os servos vieram cobrar a produção, uns foram maltratados, apedrejados e outros mortos pelos “vinhateiros”. Não respeitando nem o próprio filho do dono da “vinha” a este espancaram até a morte.  

Que lição poderemos tirar desta parábola?

Para entendermos melhor vamos nominar os elementos da parábola: 

Dono da vinha – Deus

Vinha – O mundo em que o Senhor empreende seus esforços para restaurar, colocando-o na trilha (que não é trilho) do retorno às suas origens pelo qual foi criado, um mundo onde haja paz, amor, concórdia, fraternidade que só encontramos quando temos uma ação de dar e receber com o criador, tendo como ponte Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador.

Vinhateiros – São os doutores da lei, os sumos sacerdotes, os anciãos, e cada um de nós, que somos sacerdotes pelo batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O Quadro pintado nesta parábola é gravíssimo, detectamos aqui uma falta de compromisso gritante com as coisas de Deus, que cumpre todo o prometido, capacitando-nos para compreendermos, além de nos entregar ferramentas para caminhar ao seu encontro.  Ele nos manda seu filho “Jesus Cristo” para colocar em prática todo o seu projeto salvífica, trazendo-nos o modelo de santidade, alinhada a sua santidade, como encontramos em Mt 5,48 “Portanto, deveis ser perfeito como vosso Pai celeste é perfeito.” Mas nosso egoísmo, nossa vaidade, nossa auto-suficiência, nos cega e, por isso, agimos contra a vontade de Deus, matando em nós o próprio Cristo (o filho do dono da vinha).

Outro problema não menos grave é o da incoerência com que vivemos nosso compromisso com Deus e com o reino. Recorro aqui à equipe de liturgia dos Dehonianos que coloca luz justamente na coerência ou na falta dela. “Deus não obriga ninguém a aceitar a sua proposta de salvação e a envolver-se com o Reino; mas uma vez que aceitamos trabalhar na sua “vinha”, temos de produzir frutos de amor, de serviço, de doação, de justiça, de paz, de tolerância, de partilha… O nosso Deus não está disposto a pactuar com situações dúbias, descaracterizadas, incoerentes, mentirosas; mas exige coerência, verdade e compromisso. A parábola convida-nos, antes de mais, a não nos deixarmos cair em esquemas de comodismo, de instalação, de facilidade, de “deixa andar”, mas a levarmos a sério o nosso compromisso com Deus e com o Reino e a darmos frutos consequentes. O meu compromisso com o Reino é sincero e empenhado? Quais são os frutos que eu produzo? Quando se trata de fazer opções, ganha o meu comodismo e instalação, ou a minha vontade de servir a construção do Reino?” Pense nisso!

Dê lugar em seu coração à palavra de Deus, sejamos, acima de tudo, exemplo na prática do bem, do amor, do perdão, da misericórdia e da justiça. Sejamos fieis como Maria foi, exemplo de discípula, que Nossa Senhora das Graças nos ensine a amar Jesus como ela o amou.

Diácono Artur Pereira

Referências

https://www.dehonianos.org/portal/27o-domingo-do-tempo-comum-ano-a0/

Bíblia de Jerusalém

Correção ortográfica: Professora Rosa Camila 


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