XXIV Domingo do Tempo Comum


Hoje, com toda a Igreja, celebramos o XXIV Domingo do Tempo Comum, neste domingo somos chamados a refletir sobre dois temas (Perdão e Misericórdia), que são recorrentes na catequese da Igreja. Deus é o mestre, Ele age na pessoa de Jesus Cristo para nos ensinar, Ele é nosso Pai, nos ama sem reserva, um amor desinteressado, sem medir, sem limites. Ele derrama sobre todos, de forma total e sem reserva, seu amor, sua misericórdia, seu perdão e sua justiça. Sua pedagogia é o exemplo, viver como Ele é acolher, perdoar, amar e ser capaz de sentir a dor do próximo.

A segunda leitura Eclo (Bem Sirac) 27,33-29,9 nos traz uma grande catequese sobre o perdão, que deve ter sua gênese em nosso coração, Bem Sirac, nos mostra que o rancor, a raiva a vingança, não são sentimentos alinhados com a vida de um cristão. Estes sentimentos são maus que cavam um abismo enorme entre o homem e a verdadeira felicidade, que, por nossa natureza original, tanto buscamos. Este livro vem nos mostrar que é ilógico carregar no coração estes sentimentos, e querer o amor, o perdão e a misericórdia de Deus, Bem Sirac nos convida a não estragar nossa vida com sentimentos ruins, que causam rivalidades, separação, intrigas. A vida passa e não devemos desperdiçar um só momento, precisamos limpar nosso coração de tudo aquilo que nos afasta do amor de Deus, que é insubstituível, inconfundível e indispensável para encontrarmos a verdadeira felicidade.  

Paulo, em sua catequese aos Romanos, ensina que a vida sem Deus perde todo o sentido, “Rm 14,7. Pois ninguém de nos vive e ninguém morre para se mesmo, porque se vivemos é para o Senhor que vivemos, e se morremos é para o Senhor que morremos.”. Jesus Cristo veio para fazer cumprir a vontade de Deus, para isso entregou-se em sua totalidade, foi obediente e fiel ao projeto salvífico de Deus, não rejeitou o sofrimento, mas louvava a Deus, pedindo para que a vontade de Deus fosse realizada em sua missão.

Os Evangelhos, palavra de Deus por excelência, nos traz o verdadeiro caminho que nos leva ao encontro pessoal com Deus na pessoa de Jesus, uma verdadeira caminhada de orientação catecumenal pela Iniciação a Vida Cristã (IVC). Hoje, encontramos em Mt 18,21-35 uma luz que ilumina o perdão e a misericórdia dispensada por Jesus. Primeiro respondendo a Pedro quando Ele pergunta sobre o perdão: “Mt 18,21 Senhor quantas vezes ao irmão que pecar contra mim? Até 7 vezes 7?” sua resposta é catequética e cheia de simbolismo: “Mt 18,22 Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes” 

A partir da resposta de Jesus, Ela mostra o tamanho de sua bondade, o tamanho de seu amor e de sua vontade em querer a salvação de todos. Perdoar setenta vezes sete é não ter limites para o perdão, desta forma, Ele age conosco, perdoando de modo ilimitado, de modo completo e absoluto, sem deixar dúvidas.

A parábola contada hoje serve justamente para nos ensinar que o perdão, a misericórdia, a caridade devem permear nossa vida, fazendo uma blindagem para todos os sentimentos que nos afasta de Deus e da salvação. 

Se o mundo em que vivemos é marcado por tantas divisões, ódio, medo, insegurança, precisamos parar e, em oração, fazer os seguintes questionamentos: Como cristãos que queremos ser e olhando para a parábola de hoje, a lógica de nossa vida é a lógica de Deus? Será que o tamanho da violência não deverá ser também o tamanho do perdão, do amor e da misericórdia, que falta em nossas ações cotidianas?

A Pedagogia de Jesus nos leva a crer que, se queremos segui-lo, devemos abrir nosso coração para um relacionamento de irmãos, que tenha como centro Jesus Cristo que nos ensina a amar sem medida. Todavia, precisamos entender que este processo depende de nossa vontade em ser abertos a grande novidade que é amar sem colocar nem um tipo de condição, sem esperar nada como troca, como apregoado por Jesus, em seus ensinamentos e ações, revelado em Jo 13,34: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei” 

Pense nisso, “Ele já fez sua parte”. Que seu domingo seja abençoado, uma semana cheia de Deus, e que Nossa Senhora das Graças derrame sobre nós todas as graças que recebeu de seu filho amado, ela que está sempre apontando para Jesus como encontramos em (Jo, 2,5) 


Diácono Artur Pereira

Fontes:

Bíblia de Jerusalém

Deus Conosco – dia a dia. Setembro 2023

Revisão Professora Rosa Camila





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