2º Domingo do Advento – Ano A

 


A liturgia deste domingo convida-nos, ao discernimento, de modo que possamos nos livrar, do egoísmo, da cegueira que nos impede de enxergar o sofrimento do irmão, do individualismo, da auto suficiência que nos leva a pensar que somos capazes de alcançar a verdadeira felicidade sem a dependência de Deus. Precisamos nos libertar de tudo isso que causa danos irreparáveis em nossa vida, e nos impede de encontrarmos um novo rumo (conversão) que nos leve a uma verdadeira revolução capaz de nos aproximar dos valores do “Reino de Deus”. 

A primeira leitura tirada do livro de Isaias 11, 1-10, o profeta apresenta um enviado de Iahweh, que vem da descendência de Davi, sobre o qual repousa o Espirito Santo de Deus e a confiança de que seu projeto salvifico se realize em sua plenitude que vem através dos dons que o Senhor derrama, os Dons do Espirito Santo de Deus. (Is 11, 2-3) “Sobre ele repousará o espirito de Iahweh, espirito de sabedoria e de inteligência, espirito de conselho e de fortaleza, espirito de conhecimento e temor de Iahweh, no temor de Iahweh estará sua inspiração ...”    

A primeira leitura encerra com a descrição do reino tão sonhado e esperado não só por nós, más também, por toda criação como escrito por Paulo aos Romanos 8, 18 Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos filhos de Deus”. Um reino onde a ordem divina reinará, restaurando todas as características perdidas pelo pecado, descrita por Isaias 11,9; Ninguém fará o mal nem destruição nenhuma em todo o meu santo monte, porque a terra ficará cheia de conhecimento de Iahweh, como as água enchem o mar”. 

Evangelho coração da palavra de Deus, segundo Mt 3, 1-12, nos traz a figura de João Batista, aquele que veio anunciar este reino tão esperado e anunciado por todos os profetas, um reino onde todos devem preparar-se pela “conversão”, atitude de abertura a palavra salvífica que deverá nos aproximar de Deus que salva, que é misericordioso, más que sua misericórdia não nos alcançara sem sua justiça. (Mt 3, 1-2) “Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizendo: “Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. Pois foi dele que falou o profeta Isaias, ao dizer “Voz do que clama no deserto; Preparai o caminho do Senhor, tornai retas suas veredas””. 

Pois bem meus irmãos, não só a voz de João Batista, más a voz do próprio Deus na pessoa de Jesus Cristo, continua ecoando na Igreja, nos chamando para o compromisso e o comprometimento com reino de Deus, precisamos abrir nossos corações para esta mensagem, nos voltando para Deus, deixando que Ele seja nosso guia, acreditando que Ele é o único caminho que nos dará a vida e vida em abundância. 

Para concluir a reflexão de hoje, é preciso olhar sobretudo para o evangelho que tem como questão dominante a “conversão”, porém não é possível acolher Deus na pessoa de Jesus Cristo que se fez homem igual a cada um de nós menos no pecado, se nosso interior estiver cheio de egoísmo, orgulho, preocupações que desvie o nosso olhar para o projeto salvifico de Deus. É preciso uma mudança de rumo, uma mudança de nossa mentalidade, abrir-se ao novo, fazer uma leitura dos acontecimentos a luz da vontade de Deus, de forma que se estabeleça condição, para que Deus ocupe os espaços de nossa vida que estão vazios ou ocupados por coisas ou pessoas que nos afastam de Deus. E a pergunta que fica hoje é: Estou disposta a esta mudança, para que meu coração haja lugar para Deus? O que é que, prioritariamente deve mudar na minha vida? 

Os Dehonianos nos deixa uma reflexão deste Evangelho com o título: Bilhete do Evangelho” com o seguinte texto: 

  • Aos homens à procura de um coração novo, Deus dá uma terra nova. Jesus veio para falar de novidade: “Convertei-vos! Acreditai na Boa Nova!” Temos necessidade de ouvir palavras novas (ternura, amor, perdão, solidariedade, respeito…) que façam calar as palavras antigas (violência, ódio, vingança, indiferença, racismo…). Temos necessidade de ver gestos novos (assinatura de paz, reconciliação, dom, partilha…) que façam desaparecer os gestos antigos (declaração de guerra, rancor, crispação, egoísmo…). Preparar-se para o Natal… não será dispor-se a falar uma linguagem nova e a fazer novas ações? Essa poderá ser a nossa maneira de acolher Aquele que vem fazer todas as coisas novas. Mas não as fará sem nós… 

Fiquem com Deus e que possamos nesta segunda semana do Advento trabalhar a conversão. 

Diácono Artur Pereira 

Fontes: 

Bíblia tradução Jerusalém 

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