1º Domingo do Advento – Ano A

 


Iniciamos o tempo do Advento, tempo em que se caracteriza pela preparação para a festa do Natal, no qual comemoramos a primeira vinda do Filho primogênito do Pai, que veio com a missão de libertar a todos trazendo toda a verdade, depois chama-nos a atenção para a vigilância (tema da liturgia deste domingo), no sentido de também olhar para a segunda vinda, em que se completará todo projeto salvifico de Deus que tem como fim o resgate de toda criação a sua forma original.  

O tom deste chamado a vigilância, já se evidencia da primeira leitura tirada do livro de Is, 2, 1-5, onde o profeta faz um chamado a todos para dirigir-se à montanha, ponto de encontro com Deus e com sua palavra, onde deveremos ter como resposta, um mundo de concórdia, de harmonia, de paz e de misericórdia no julgamento justo de Deus. Is. 2,4 “Ele julgará as nações, ele corrigirá a muitos povos. Eles quebrarão as espada, transformando-os em relhas, e as suas lanças a fim de fazerem podadeiras. Uma nação não levantará a espada contra a outra e nem se apreenderá mais a fazer a guerra” 

A vigilância nos convida a sair da zona de conforto, que nos causa paralisia, deixando-nos ser levados pela injustiça, mentira, egoísmo, cegueira, medo, além de nos causar uma falsa segurança, uma auto-suficiencia e uma cegueira, que nos incapacita de enxergar que temos a necessidade do perdão e da misericórdia de Deus. 

Paulo em sua carta aos Romanos; 13, 11-14a, nos ensina o caminho que devemos seguir para nos aproximar de Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador ... deixemos as obras da trevas e vistamos a armadura da luz. Como dia, andemos decentemente; não em orgias e bebedeiras, nem em devassidão e libertinagem, nem em rixas e ciúmes. Mas vesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procurais satisfazer o desejo da carne”. 

Evangelho, segundo Mt. 24, 37-44, coração da palavra de Deus, confirma o convite deste primeiro domingo do advento, a conversão e a vigilância, na perspectiva da certeza da segunda vinda do Senhor, e mais, apresenta os motivos que nos leva a cegueira que não se consiga ler os sinais do tempo, que nos leva a acolher o Senhor que vem. 

Fala da opção por “gozar a vida”, sem ter tempo nem espaço para compromissos sérios; Mt. 24, 38-39 “Como efeito, como naqueles dias que precederam o dilúvio, estavam eles comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na barca.” 

Este Evangelho nos leva a refletir, não uma situação do passado distante, do tempo da Igreja primitiva, mas de uma realidade atual vivenciada pela nossa geração, nos alertando para o comportamento que nos afasta da misericórdia e do perdão de Deus, nos chamando assim, para o compromisso e comprometimento com o projeto salvifico de Deus.  

Quanta gente, aos domingos, dia do Senhor tem todo tempo para dormir até ao meio dia, acordar e sair para o futebol, sítios, praias, shopping e não tem tempo para celebrar a fé com sua comunidade cristã e participar da ceia do Senhor? 

O Evangelho também fala do viver obcecado com o trabalho, (Lc 24,40 “E estarão dois homens no campo: um será tomado e outro deixado”) e nesta lida, esquece tudo o mais; trabalham quinze horas por dia, não lembram, que tem uma família e que os filhos precisam de amor 

Fala também, do adormecer, da falta de sensibilidade na vigilância, não prestando atenção os acontecimentos em sua volta, insensibilidade diante do sofrimento dos irmãos, dizendo: “não tenho nada com isso”, “o governo que resolva”, “a igreja que cuide das necessidades dos pobres” Mt. 24, 42-43 nos previne Vigiai portanto, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Compreendei isso: se o dono da casa soubesse em que vigília viria o ladrão, vigiaria e não permitiria que sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós, ficai preparados, porque o Filho do Homem virá numa hora que não pensais”. 

Neste tempo de advento façamos um questionamento a nosso íntimo, ao nosso ser:” E eu? e nós? o que é que na minha, na nossa vida nos distrai do essencial e nos impede, tantas vezes, de estar atento ao Senhor que vem? 

Nossa resposta a estes questionamentos é aceitar o convite do Mestre para recentrar nossa vida no essencial, a redescobrir aquilo que é importante, a estar atento às oportunidades que o Senhor, dia a dia, nos oferece, a acordar para os compromissos que assumimos para com Deus e para com os irmãos, a empenhar-nos na construção do “Reino” 

Esta é a melhor resposta e talvez a única que devemos dar a Deus para preparar a vinda do Senhor. 

Fiquem com Deus, que ele nos dê discernimento para entender e vivenciar seu projeto salvífico. 

Diácono Artur Pereira 

Fontes: 

Bíblia tradução Jerusalém 

 

 


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