TRIGÉSIMO PRIMEIRO DO TEMPO COMUM ANO C

 


A liturgia deste domingo nos faz um convite todo especial, contemplar o amor de Deus carregado de misericórdia, de graça e de forma incondicional, sem exclusão, nem sequer dos pecadores, dos maus, dos marginalizados, dos “impuros”; Ele nos mostra que só o amor transforma, e nos aproxima da verdadeira felicidade. 

Na primeira leitura tirada do livro da Sb 11,22-12,2 nos é apresentado um Deus benevolente e tolerante, cheia de bondade e misericórdia, que não quer a destruição do pecador, mas a sua conversão, e que ama todos os homens que criou, mesmo aqueles que praticam ações que vão contra a vontade de Deus, mostrando assim a universalidade da salvação. 

O autor da segunda leitura encontra três razões para justificar a moderação e a benevolência de Deus. 

A primeira é relacionada grandeza e a onipotência de Deus (cf. Sab 11,22) ”O mundo inteiro é diante de ti como grão de areia na balança como a gota de orvalho de manhã cai sobre a terra.” Aquele que é grande e poderoso, não se sente incomodado pelos atos daqueles que são pequenos e finitos. A grandeza e o poder de Deus está no serviço, no acolhimento, daí vem a tolerância e a misericórdia acompanhada da justiça. 

A segunda justificativa está relacionada com a atitude de Deus diante do homem, Ele não quer a morte do pecador, más que ele viva e se converta, com isso podemos afirmar que: “Deus ama o pecador e abomina o pecado”, este exemplo deve ser seguido por todos nós que nos propomos a ser missionários. 

 A terceira tem a ver com o amor de Deus que se derrama sobre todas as criaturas. A criação foi a obra de amor de um pai; e esse pai ama todos os seus filhos. Ele é o Senhor que “ama a vida”, motivo pelo qual Ele não poupa esforços para salvar a cada um de nós, estando sempre presente em todos os momentos de nossa vida, confirmando assim o Senhor suas características: “Onipresença, onisciência e onipotência”. (Sab 11,24-26), “Sim, tu amas tudo o que criaste, não te aborreces com nada que fizestes; se alguma coisa tivesse odiado, não a teria feito. E como poderia subsistir alguma coisa, se não tivesses querido”  

A segunda leitura tirada da segunda carta de Paulo aos Tessalonicenses. Cap. 1,11-22, Paulo eleva seu clamor a Deus pedindo discernimento aos Tessalonicenses que cada um seja firme na fé, (1Ts, 1,11) “Pelo que não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos de sua vocação; e que por seu poder faça realizar todo o bem desejado, e torne ativo vossa fé”. Este clamor se estende a cada um de nós que somos seguidores do caminho e que nos propomos a ser missionários da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Pois bem esta segunda leitura que hoje a igreja propõe, nos leva a seguinte a dois pontos reflexivo citado pelos Dehonianos em sua reflexão para este 31 primeiro domingo do tempo comum que são: 

  • No nosso caminho pessoal ou comunitário, rumo à salvação, Deus está sempre no princípio, no meio e no fim. É preciso reconhecer que é Ele quem está por detrás do chamamento que nos foi feito, que é Ele quem anima e dá forças ao longo da caminhada, que é Ele quem nos espera no final do caminho, para nos dar a vida plena. Tenho consciência desta centralidade de Deus? Tenho consciência de que a salvação não é uma conquista minha, mas um dom de Deus? 

  • Ao longo do caminho, é preciso estar atento para saber discernir o certo do errado, o verdadeiro do falso, o que é um desafio de Deus e o que é o fanatismo ou a fantasia de algum irmão perturbado ou em busca de protagonismo. O caminho para discernir o certo do errado está na Palavra de Deus e numa vida de comunhão e de intimidade com Deus. 

 

 

E para finalizar a Igreja nos coloca hoje, o Evangelho  de Jesus Cristo nosso Senhor, coração da palavra de Deus, escrito por São Lucas capitulo 19, 3-16. 

O Episódio deste Evangelho nos coloca na cidade de Jericó, última etapa da caminhada, daqueles que tinha como destino a cidade santa, portanto há de se entender que estamos no final da grande caminhada de Jesus rumo a Jerusalém. Jericó uma cidade prospera, com muitas oportunidades de negócios lucrativos, más também oportunizava possibilidades de ações que explorava o povo. 

Pois bem é nesse ambiente que o evangelista narra o encontro de Jesus com Zaqueu, homem que o judaísmo oficial considerava um pecador público, um explorador dos pobres, um colaboracionista ao serviço dos opressores romanos e, portanto, um excluído da comunidade da salvação. 

A fotografia do encontro de Jesus com Zaqueu, nos revela uma predileção de Lucas, que mostrar, Deus na pessoa de Jesus, que vem ao encontro do homem “hoje” e “sempre” para nos trazer gestos concreto de salvação a todos os homens, não fazendo acepção de pessoa, colocando em evidencia os marginalizados e excluídos, que são colocados pela doutrina oficial da época, à margem da salvação. 

Zaqueu procura ver Jesus (Lc. 19,3) “Ele procurava ver quem era Jesus...”  O ver aqui, significa muito mais que curiosidade, más uma procura intensa de algo novo que pudesse preencher o vazio não preenchido por bens materiais vivido por aquele que sofria de uma grande solidão em meio as suas riquezas.  

Outra característica catequética que encontramos em Zaqueu é sua baixa estatura, (Lc. 19,3) más não o conseguia por causa da multidão, pois era de baixa estatura.” mais do que uma indicação de seu porte físico, pode significar, sua pequenez e sua insignificância do ponto de vista moral, mas apesar de sua posição social, “homem rico” ele sobe em um sicómoro, que indica a intensidade do desejo de encontrar com Jesus, que é muito mais forte do que o medo do ridículo.  

Foi então que aconteceu o inesperado, Jesus aproxima-se de Zaqueu, com a proposta de convidá-lo a fazer parte do povo eleito, Ele quer entrar na casa de Zaqueu para mostrar-lhe um horizonte de amor, de perdão e de misericórdia. (Lc. 19,5) “Quando Jesus chegou ao lugar, levantou os olhos e disse-lhes: ‘Zaqueu, desce depressa, pois hoje devo ficar em sua casa” A palavra aqui “ficar” significa o que expressa Jesus, entrar ficar e nunca mais sair. 

Por outro lado Zaqueu que representava a injustiça, todos pecadores, a ovelha perdida de Israel, ele se rende a bondade de Deus trazida por Jesus e abre a porta de sua casa, (Mat. 19, 6) “Ele desceu imediatamente e recebeu-o com alegria.”  Sob o olhar perplexo do povo, recebe Jesus em seu coração, deixando que a ação misericordiosa de Jesus transforme sua vida, finalmente Zaqueu encontra o bom e verdadeiro mestre, fazendo sua profissão de fé promete devolver tudo aquilo que roubou do povo, (Lc 19, 8-9) Zaqueu de pé disse ao Senhor: ‘Senhor, eis que eu dou a metade de meus bens aos pobres, e se defraudei a alguém, restituo-lhe o quádruplo.’ Jesus lhe disse: ‘Hoje a salvação a salvação entrou nesta casa, porque ele também é um filho de Abraão’”.   

Por fim trago aqui dois pontos para que possamos fazer nossa reflexão individual e buscarmos fazer nosso encontro pessoal com Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador. 

  1. Deus sempre se apresenta como benevolente, tolerante, acolhedor cheio de misericórdia e nos manda fazer o mesmo. Qual a nossa atitude diante do mandado de Jesus? 

  1. As atitudes de Jesus, perpassa a lógica humana, quando Ele se coloca do lado dos pecadores, pessoas que não queremos nem se quer como conhecidos. Nós interiorizamos isto? Qual nossa atitude para com aqueles que nos fazem o mal, ou cujo comportamento nos desafiam e incomoda-nos? 

E para concluir, o que dize dar afirmação de Jesus no final da leitura do evangelho de hoje? (Lc. 19,10) “Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.”  

Um domingo, abençoado e uma semana cheia de graça e vida. 

 

 Diácono Artur Pereira 

Fontes: 

Bíblia tradução Jerusalém 

 

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