VI Domingo da Páscoa: os segredos são revelados na intimidade com o Pai
Jesus está na Última Ceia. Ele
acabou de contar aquela parábola da videira dizendo que ele é a videira e nós
somos os ramos. Na continuação imediata de que nós somos os ramos, nós
precisamos estar em comunhão com ele “Sem mim nada nada podeis fazer”. Jesus
diz “como o pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor”. É
interessante porque nós temos aqui, logo na primeira frase uma realidade
trinitária, porque nós temos o pai, o filho e temos o amor entre eles, que é o
Espírito Santo. Então isso nos recorda daquilo que está lá na segunda leitura: "Deus
é Amor". E aqui ele está naquele momento importante em que se fecha em cenáculo
com seus amigos.
É isso que ele vai dizer nesse
evangelho. São os amigos, os 12 apóstolos, os seus escolhidos. E ali naquela intimidade
ele fala aos seus amigos coisas secretas, que ele não tinha falado até agora. Aqui
ele revela o seu coração, de fato, isso é uma das características de um amigo.
Jesus diz nesse evangelho “já não vos chamo servos, pois os servos não sabem o
que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo que ouvi
de meu Pai”. Então esse conhecimento interno, é essa realidade íntima na qual
Jesus quer que nós entremos agora. Nós somos amigos de Jesus e vamos entrar na
sua intimidade, na intimidade do próprio Pai, na intimidade do Filho, na intimidade
do Espírito Santo. Esse momento sublime, que Jesus está vivendo ali com seus apóstolos,
nós somos convidados a viver em cada missa que a gente vai participar. Nós
estamos de alguma forma entrando nesse momento sublime dos amigos com Jesus vivendo
a última ceia, em que Jesus quer revelar a sua intimidade com o Pai. É
exatamente isso que nós vemos no início do Evangelho de São João. No capítulo
primeiro São João diz que ninguém nunca viu a Deus, mas o filho que está
voltado para o peito do pai nos deu a conhecer. Jesus está contando aos seus
amigos aquele segredo que ele conheceu na intimidade com o Pai.
E qual é o segredo? O segredo
é o amor que ele vai revelar plenamente na cruz. O evangelho diz assim: “ninguém
tem maior amor, do que aquele que dá a vida pelos amigos” (v.13). Jesus está
contando para eles o que é que vai ser vivido nas próximas horas
Por aqueles que subiram até o
Monte Calvário, aquilo que vai ser visto por todo mundo é um crime! O crime de um
inocente que é condenado à morte. Essa execução cruenta com derramamento de
sangue é uma verdadeira tragédia que todos virão. Mas Jesus está dizendo para
os amigos que isso é o amor escondido, porque nem todos verão. Aliás nem mesmo
os amigos dele que estão reunidos nesse cenáculo compreenderão plenamente,
porque a grande maioria fugiu. Mas João entendeu esse amor. Sabe por quê? Porque João fez aqui a mesma coisa que Jesus
faz lá na eternidade
Assim como filho se reclina
sobre o peito do pai na eternidade na intimidade com Deus que amor, aqui na última
ceia São João reclina sua cabeça, como discípulo amado, no peito de Jesus. E
ele pode compreender algo a mais daquilo que os outros apóstolos não
compreenderam.
Jesus está revelando um
segredo aos seus amigos: ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida
pelos seus amigos. Ele está revelando a natureza do amor, de como ele pode ser
vivido aqui nesse mundo. Quem ama transmite vida, quem ama entrega a vida. Esse
amor que é fonte então amor frontal consiste nisso, o que a segunda leitura nos
diz com clareza "nisso consiste o amor", diz São João.
*Trecho da reflexão do Pe. Paulo Ricardo referente ao VI
Domingo da Páscoa ano B.
Diácono Arthur Pereira
Pascom/P.N.S Perpétuo Socorro
Arquidiocese de Teresina
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