Quaresma: Católicos iniciam os 40 dias de retiro espiritual

 

Inicia-se o período de retiro e preparação espiritual. Inicia-se a Quaresma. Este momento em recordação aos 40 dias em que Jesus Cristo sofreu no deserto, ficou de frente com o inimigo, mas se aprofundou na presença do Senhor nos exorta a refletir sobre nosso comportamento. Não é época somente de abster-se da carne no sentido gastronômico, é, porém, de abster-se dos desejos da carne, daquilo que satisfaz unicamente o corpo, e dedicar-se “às coisas do alto” (Cl 3,1). A reflexão e oração é um privilégio do período quaresmal, o qual deve ser mantido durante todo o ano, acompanhado do jejum e da caridade.

É costumaz a prática de penitências durante as quartas-feiras e sextas-feiras da Quaresma. Renunciar as vontades, evitar determinados alimentos ou proporcionar-se pequenos sacrifícios corporais são alguns exemplos. Padre Chagas Martins, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ressalta também a necessidade de unir a penitência à oração e reflexão. “Além do jejum, que é o abster-se de algo que, na sua individualidade, lhe agrada, como sinal de sacrifício, a Quaresma é um tempo de reconciliação, mudança de vida, ou seja conversão, é um tempo de transformação. Antes de tudo, é tempo de comunhão com Deus por meio da oração cristã”, diz.

Os hábitos de oração, jejum e caridade favorecem uma vida espiritual ativa recomendada pela Santa Igreja. A oração é melhor forma de fortalecer o relacionamento com Deus. Dialogar com o Criador e entrar em comunhão com os desejos do coração dEle. Dessa forma é possível amadurecer na fé e “libertar-se das dependências humanas e servir com alegria”, como consta na Linhas de Ação Pastoral da ANEC.

O jejum é desprender-se das vontades meramente humanas pelo bem dos outros ou para inclinar a alma ao alto, onde todos são chamados a habitar. O Papa Francisco, em mensagem para a Quaresma deste ano compara o jejum à libertação. “Jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas[...] Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca[...]”, disse o Pontífice.

Já a caridade ou esmola é um compromisso com o outro e um ato de amor motivado pelo Espírito Santo. São atitudes que atestam o cuidado com os irmãos, principalmente os carentes materialmente. “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade’ (1Jo, 3,18).

A igreja relembra ano após ano o sofrimento de Jesus durante 40 dias para fazer lembrar que tal período de sofrimento e tentações nunca cessa e que como filhos de Deus, sejamos constantemente ativos na oração e na conversão, porque assim o corpo é capaz de suportar as dores, uma vez que a alma contempla a perfeição.

A graça esteja com todos vós.

 

Texto: Karine Rocha

Foto: Pixabay

PASCOM/P.N.S. Perpétuo Socorro

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