Ele escuta as preces daqueles que buscam sua presença
“Ó Senhor, vós sois bom, sois clemente e fiel!” (Salmo 85)
Com
esta resposta do salmo deste 16º Domingo do Tempo Comum Padre Chagas Martins,
pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro deu início a sua
homilia, logo após a proclamação do evangelho de Mateus, capitulo 13,
versículos de 24 ao 43, ensinando-nos que somos chamados a continuar ouvindo as
parábolas que o próprio Jesus falava às multidões.
Na
liturgia dominical desta semana somos levados a recordar o evangelho do domingo
passado, quando era proclamada a Parábola do Semeador, no qual entendemos que
semente ao cair em terra boa do nosso coração, deve dar frutos para que o reino
de Deus seja acolhido e manifestado também dentro da dimensão daquilo que Deus
tem reservado a cada um de nós.
O
Reverendíssimo ensinou sobre os anos litúrgicos da Igreja Católica, explicando
que os evangelistas são quatro e para cada ano litúrgico corresponde a
proclamação de um dos evangelhos ao longo de todas as celebrações dominicais do
ano. Sendo assim estamos vivendo o ano litúrgico A, sendo proclamado o
evangelho de Mateus, no ano B, é o de Marcos e ano C o de Lucas, já o evangelho
de João é intercalado em todos os anos nas festas solenes. Este ciclo se
apresenta aos cristãos como oportunidade de aprofundarmos o conhecimento e as
experiencias com a pessoa de Jesus.
Foto: À esquerda, ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro |
Dando
continuidade à sua homilia, enfatizou que Jesus fala de três parábolas no
evangelho proclamado, mas que meditaremos a primeira quando nos diz: “O Reino
dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos
dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. Quando o
trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio” (v.
24b ao 26).
Mesmo
sem temos muita proximidade com o trigo e o joio, mas compreendemos, segundo
alguns estudos sobre esses elementos, que os dois são muito semelhantes, mas
que só poderão ser identificados à medida que forem crescendo, ou seja,
despontando as espigas.
Ao
serem questionados pelos trabalhadores sobre a possibilidade de fazer a separar
o joio do trigo, o dono dos campos lhes diz para que deixassem crescer para que
na hora da colheita venham a perceber o joio e assim arrancá-lo e queimá-lo. É
no tempo da colheita onde de fato é manifestado aquilo que cada uma das
sementes são capazes de produzir.
Aos sermos questionados sobre que tipos de frutos poderíamos produzir, hoje neste evangelho, Jesus vai nos dizer que o semeador semeou o trigo, mas veio o joio plantado pelo maligno. Vemos então o bem e o mal. Não podemos considerar o próximo como alguém naturalmente do mal, pois estaríamos assim germinando frutos de maldade.
Percebemos
nossas condutas, a parábola do joio e do trigo nos ensina que é preciso deixar
chegar o tempo da colheita quando perceberemos o os frutos que produzimos. Deus
enviará seus próprios anjos para arrancar caso nossos frutos sejam genuinamente
da maldade.
Reflitamos
que a bondade de Deus é sem limites, Ele escuta as preces daqueles que buscam e
confiam em sua presença. Deus é fiel para com todos, Ele faz brilhar o sol para
justos e injustos. Deus é fiel para com toda a humanidade, somos também chamados
a exercer nossa fidelidade para com ele aliada ao compromisso de não somente
produzir frutos, mas que esses frutos sejam do bem e para o bem da comunidade, sem
fazer acepções de pessoas, mas buscando a inserção não somente dos irmãos na
comunidade, mas a inserção da minha vida na vida de Deus.
O
mal retratado como o inimigo na parábola é o diabo que tenta confundir a cabeça
dos filhos de Deus. Assim entendemos que as coisas de Deus muitas vezes são
apresentadas pelo maligno para nos confundir. Precisamos nos vigiar, cuidar
para não dormir, ou seja, não fechar os olhos da nossa expressão de fé no
Senhor.
Foto: O protocolo de retomada gradual foi informado na missa |
Outro ensinamento importante apresentado pelo celebrante é que podemos comparar essas três parábolas do evangelho deste domingo com as três tentações que Jesus enfrentou no deserto. E segue nos aconselhando para que não enfrentemos o maligno, deixemos no tempo da colheita tudo se resolverá.
Olhando
para nossas comunidades, levemos a certeza que mesmo nos momentos difíceis da
convivência, precisamos fazer a experiencia da comunhão. Neste terceiro domingo
do mês missionário do dízimo, o convite principal é para partilhar e fazer o
bem, produzir frutos na dimensão caritativa. Neste período de pandemia vemos
muitas pessoas, organizações e até empresas organizando ações para levar
alimentos aos mais necessitados, mas devemos continuar a lembrar que a caridade
deve ser constante e não somente impulso deste momento de calamidade pública, pois
sempre teremos pessoas com diferentes necessidades em nosso meio.
O dízimo
não se resume a expressão da caridade somente quando doamos alimentos e
remédios a quem precisa, mas também, se manifesta quando preparamos a igreja
para que seja um lugar de acolhimento para os pobres e para os ricos, para
todos que precisarem. Neste sentido, preparar
a igreja para que todos aqueles que precisam dela encontrem o apoio, o aconchego,
mas acima de tudo e também, o merecimento daquilo que Deus deseja lhe dar.
A
caridade que praticamos quando devolvemos nosso dízimo não é somente dar
assistência naquilo que o irmão precisa, pois dentre suas dimensões houve a
mudança da social para caritativa (que está relacionada à caridade), porque entende-se
que a assistência social pode ser algo que passe mas a caridade deve
permanecer, algo que não tem limite e ultrapassa todas as barreiras ao qual
somos chamados a viver neste tempo.
Meditando
sobre essa dimensão caritativa do dízimo na nossa comunidade que possamos nos interessar
cada vez mais para buscar conhecer a palavra de Deus e com confiança dizer em
oração: Senhor, queremos te dar um pouco do que muito nos confia, daquilo que Tu nos entregas, esta parte que é tua, não porque vens receber de minhas mãos, mas
que será aplicada na dimensão missionária naquilo que é tão necessário na vida
da comunidade.
Louvado
seja nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado!
Júlio Rodrigues
Pascom/PNSPS
Fotos: Karine Rocha
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