Aquele que O conhece tem sobre si a graça de amar
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esta quarta-feira, (29), celebramos na Igreja a XVII
Semana do Tempo Comum, a liturgia nos propõe a escuta da primeira leitura retirada
da Primeira Carta de João, (1Jo 4,7-16); e o Evangelho de Lucas 10, 38-42.
Hoje, celebramos a memória de Santa Marta, irmã
de Maria e Lázaro, que moravam em Betânia, o lugar que Jesus sempre encontrava
paz para descansar do seu trabalho pastoral. Santa Marta sempre atenta ao
acolhimento, uma mulher dinâmica, entregava-se ao serviço, fazendo assim
contraponto com Maria, sua irmã, mais quieta, ou melhor, contemplativa. Sua
casa era, portanto, um ambiente favorável ao acolhimento, a unidade e a
catequese, pois existia uma harmonia entre o laborar e orar, apesar das
cobranças de ambas as partes que fazem parte de nossa humanidade, todavia o
orar e o laborar devem estar sempre andando de mãos dadas.
Na primeira leitura, João expressa que a fonte da
caridade é o amor solidário, que nos leva a afirmar com toda convicção: É da
pratica do amor (união do orar e laborar) que depende o cristianismo a religião
e o mundo novo. Amar ou não amar, eis a encruzilhada. Sem o amor nada existe, pois,
toda criação brotou do amor, com amor e para o amor, eu me atrevo a dizer que nem
o próprio Deus (a essência do amor) existira sem o amor, pois Deus é amor.
João esclarece que não podemos dizer que temos
unidade com Deus sem conhecer o que ele nos afirma na liturgia do dia: 1º O
amor vem de Deus; 2º Só quem ama verdadeiramente, é que pode considerar-se
filho de Deus; 3º Só quem ama conhece a Deus, isto é, só amando é que podemos
fazer a experiência de Deus. É muito cômodo, ostentar o conhecimento teórico de
Deus, usar estes conhecimentos para praticar o orar sem o laborar, depois
sentir-se isento dos compromissos com a comunidade por achar-se ligado direto a
Deus, porém João nos diz hoje que o amor que nos liga a Deus passa pelo amor ao
próximo: “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor é de Deus e todo
aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4,7).
Complementando o que João escreve sobre o amor
como regra de ouro para salvação, podemos enfatizar: “Dou-vos um mandamento
novo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei, amai-vos também uns aos
outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns
pelos outros” (Jo 13, 34-35).
Como prova de que o amor é compromisso solidário
com o homem para sua salvação, João sublinha o fato de que Jesus se fez homem,
esvaziando-se de toda sua santidade para se tornar igual a nós em tudo, menos
no pecado: “Nisto se manifestou o amor de Deus por nós: Deus enviou o seu
Filho ao mundo para que vivamos por ele.” (1 Jo 4,9). E, ainda, foi Deus
que tomou a iniciativa de aproximar-se do homem: “Nisto consiste o amor: não
fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou-nos o seu filho
como vítima de expiação pelos nossos pecados.”
A primeira leitura encerra nos fazendo o convite para
termos confiança, e a coragem pois, quem ama verdadeiramente, lança fora todo
temor, porém é preciso que façamos a opção pelo o amor que brota do coração de
Jesus Cristo nosso Senhor, é um amor exigente más o único caminho que leva a
vida.
No Santo Evangelho, coração da palavra de Deus,
faz-se referência a profissão de fé de Marta, fruto de um amor verdadeiro
vivenciado em seu cotidiano, ela que unida à Maria e seu irmão Lázaro, formavam
a comunidade perfeita (Ore et labore), tendo como centro Jesus Cristo
nosso Senhor, ao saber que Ele aproxima-se de sua casa corre ao seu encontro
pois ela sabia que Nele seria consolada
de sua dor por ter perdido seu irmão querido.
O que Marta não sabia era que o fruto de sua fé e
confiança lhe renderia uma alegria grandiosa, o ressurgimento de Lázaro para a
vida, por um pedido especial de Jesus ao Pai e a confirmação de que Ele é a
ressurreição a verdade e a vida: “[...] “Eu sou a ressurreição. Quem crê em
mim, ainda que morra, viverá.” E quem vive e crê em mim jamais morrerá. Crês
nisso?” (Jo 11, 25-26).
E, para finalizar, o evangelho de hoje nos abre a
porta para o entendimento da profissão de fé de Marta que declara publicamente
que Jesus é o Senhor de tudo, o Cristo que veio com a missão messiânica,
trazendo consigo a autoridade sobre tudo e todos inclusive sobre a vida, a
morte e toda natureza, a resposta de Marta não poderia ser diferente: “Disse
ela: ‘Sim Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que vem ao mundo’”
(Jo 11, 27).
Que a
bênção de Deus Pai todo Poderoso, rica em misericórdia, desça sobre você e sua
família, e que a Semente da Caridade
cresça e frutifique em sua vida e de sua família.
Referência Bíblica: Tradução Jerusalém
Diácono Artur Pereira
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Arquidiocese de Teresina
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