Deus quis o homem livre
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esta terça-feira, (23), celebramos na Igreja a XII
Semana do Tempo Comum, o Evangelho que a liturgia nos propõe a partilharmos é
de Mateus 7, 6-14.
O Evangelho que refletimos hoje, nos mostra que a
vida é feita de escolhas, e que nós, criaturas de Deus, herdamos do criador
algo que nos difere de todos os outros seres vivos. Os animais se governam por
instintos e não podem agir de outra maneira; as plantas regem-se por leis
biológicas as quais obedecem rigorosamente. O homem pode escolher, pode fazer
uma coisa ou outra; pode fazer o bem ou o mal; pode cumprir ou não as leis que
o Senhor lhe deu. Deus lhe concedeu a faculdade de escolher livremente. Deus
quis o homem livre, e a liberdade é um atributo que herdamos do criador, pois
fomos criados a sua imagem e semelhança. Deus disse: “Façamos o homem à
nossa imagem, como nossa semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar,
as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que
rastejam sobre a terra. Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o
criou, homem e mulher ele os criou”, (Gên 1, 26-27).
São Pedro em sua epístola nos adverte que a
liberdade tem que ser exercida com responsabilidade para que nossas escolhas
não nos levem a prática do mal: “Comportai-vos como homens livres, não
usando a liberdade como cobertura para o mal, mas como sevos de Deus. Honrai a
todos, amai os irmãos, temei a Deus, tributai honra ao rei”, (1Pd 2, 16-17).
Jesus sabia do egoísmo humano, inclusive em se
tratando de amar a si mesmo e buscar o bem estar pessoal em detrimento do bem
do irmão - o irmão não importa. Ele estabelece, então, como termo da relação
com os outros o bem que cada um quer a si mesmo: “Tudo aquilo, portanto que
quereis aos homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os
Profetas”, (Mt 7, 12). Esta é a regra de ouro, a pérola que deve ser
revelada aos justos e aqueles que usam do livre
arbítrio para buscarem a justiça de Deus: “Não deis aos cães o que é
santo, nem atireis as vossas pérolas aos porcos, para que não pisem e,
voltando-se contra vós, vos estraçalhem”, (Mt 7,6).
Jesus preparando-nos para os desafios de quem faz
a opção pelo reino que ele veio anunciar, fazer parte deste povo eleito pede a
cada um a renuncia total inclusive de seus projetos pessoais, suportar as
perseguições, ser sacramento de salvação para o irmão, e como grande novidade nos
traz um novo mandamento revelado por ocasião da última ceia descrita por São
João: “Este é meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus
amigos se praticais o que eu mando” (Jo 15.12-14). Ele dar a vida para nos salvar, nos mostrando
a verdadeira essência do amor.
Peçamos ao Senhor o discernimento para sabermos
por qual porta devemos entrar e coragem para no uso pleno da liberdade,
escolher a porta estreita, evitando as facilidades que o medo, o egoísmo, a
intolerância religiosa e racial, a falta de unidade com a Igreja e com os irmãos
nos leve a porta larga que é a da perdição: “Entrai pela porta estreita,
porque largo é espaçoso é o caminho que conduz a perdição. E muitos são os que
entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz a
vida. E poucos são os que o encontram”. (Jo. 7, 13,14)
E, para concluir, façamos o bom uso da prudência
de verdadeiros filhos de Deus, buscando a porta estreita, seguindo os
ensinamentos de Jesus nas Bem-aventuranças: dos pobres em espírito, dos mansos,
dos aflitos, dos que tem fome e sede de justiça, dos misericordiosos, dos puros
de coração, dos que promovem a paz, dos perseguidos por causa da justiça,
porque este é o novo código de ética trazido por Jesus.
Que a
benção de Deus Pai todo Poderoso, rica em misericórdia, desça sobre você e sua
família, e que a Semente da Caridade
cresça e frutifique em sua vida e de sua família.
Referencias bíblicas: tradução Jerusalém
Diácono Artur Pereira
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Arquidiocese de Teresina
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