A firmeza durante a tempestade
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esta terça-feira, (30), celebramos na Igreja a XIII
Semana do Tempo Comum, o Evangelho que a liturgia nos propõe a partilharmos é
de Mateus 8, 23-27.
Hoje a liturgia da Igreja nos propõe a refletir sobre
o milagre em que Jesus acalma a tempestade, que é registrado nos três
Evangelhos Sinóticos: (Mt 8: 23-27; Mc 4: 35,41 e Lc 8: 22,25). Este milagre
coloca em voga e nos revela de uma forma maravilhosa que Jesus é Homem
Verdadeiro e Deus Verdadeiro, e o contato dos seus Apóstolos com estas
características ensinou-os e ensina-nos que devemos estar sempre de vigília e em oração para que nossa fé seja
sempre fortalecida, independentemente da situação humano que vivemos, tendo
como exemplo o que Paulo escreve a Timóteo em sua segunda epístola: “Eis por
que sofro estas coisas. Todavia não me envergonho porque eu sei em quem
coloquei minha fé, estou certo de que ele tem poder para guardar o meu
deposito, até aquele dia.” (2Tm 1,12-14).
O Evangelho de hoje inicia-se assim: “Depois
disso, entrou no barco e os seus discípulos o seguiram. E, nisso houve no mar
uma grande agitação, de modo que o barco era varrido pelas ondas. Ele,
entretanto, dormia.” (Mt 8,23-25). Fizemos a leitura do início do capítulo oito
de Mateus, vamos ver que Jesus antes de entrar na barca, vinha de um longo dia
de atividades, podemos então concluir que ele estava fadigado, pois o texto de
hoje nos diz que ele dormia; muitos dizem que ele estava apenas testando a fé
de seus discípulos, o que eu não acredito, pois o texto é claro: “Ele,
entretanto dormia”. Fadiga e a necessidade de dormir, descansar é uma
característica humana, mas a humanidade de Jesus em sua plenitude e perfeição,
tornava-o como Deus Pai que nos criou para sermos perfeitos. “Deus criou o
homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou”
(Gên.1, 17). Para confirmar, João no epílogo de seu evangelho anuncia que o messias
viria como homem verdadeiro na pessoa de Jesus Cristo nosso Senhor: “E o
Verbo se fez carne, e habitou entre nós vimos a sua glória, glória que ele tem
junto ao Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade” (Jo 1: 14).
A passagem que contemplamos neste evangelho é a
barca de pesca, nela os 12 discípulos, alguns com larga experiência em
navegação (eram pescadores), que faziam a travessia do lago de Genesaré,
acostumado as intempéries da natureza, mas se depararam com uma grande
tempestade, que era normal naquela região. Daniel Conegero, editor do site Estilo
Adoração, descreve da seguinte forma este lago: “O mar da Galileia é mencionado em várias
passagens bíblicas. Ele é designado por este nome, mar da Galileia,
especialmente no Novo Testamento (cf. Mateus 4:18). Mas esse lago também é
citado com outros nomes na Bíblia. Ele é chamado de mar de Quinerete (Números
34,11), lago de Genesaré (Lucas 5:1) e mar de Tiberíades (João 6:1)”.
Os apóstolas
tomados pelo medo, acordam o mestre que estava repousando na popa do barco: “[...]Senhor
salva-nos estamos perecendo! Disse-lhes ele: “Porque tendes medo, homens fracos
de fé?” Depois pondo-se de pé, conjurou severamente os ventos e o mar. E houve
uma grande bonança.” (Mt 8,25-27).
Com estas palavras, Jesus mostra que é Deus verdadeiro, pois apenas Deus tem o
poder sobre toda a natureza, entre muitas referências, vejam o que o livro de
Jó nos revela sobre este poder: “Deus faz-nos ver maravilhas e realiza
proezas que não compreendemos. Diz a neve “Cai sobre a terra!” e ao aguaceiro.
“Desce com violência!” para que
reconheçam que é sua obra. [...]Ao sopro de Deus formam-se o gelo, [...]Carrega
de umidade o nimbo, as nuvens da tempestade expelem raio” (Jo 37: 5-12).
Atônitos e envolvido pelo pavor que cega a fé, mesmo depois de tantos sinais,
eles em tom exclamativo perguntam, inclusive tendo presente este grande e maravilhoso
sinal da manifestação de Deus, na pessoa de Jesus Cristo, que é Deus
verdadeiro, exclamam em forma de pergunta:
“[...]Quem
é este a quem até os ventos e o mar obedecem?”
(Mt 8:27)
Façamos
uma reflexão da seguinte forma: Como está a nossa fé? Diante de todos os
acontecimentos atuais, uma pandemia cruel que já ceifou milhões de vidas ao
redor do mundo? Jesus pergunta aos apóstolos: “Por que tendes medo, homens
de pouca fé? (Mt 8, 26). Jesus, assim como estava presente na barca
(Igreja), também se faz presente em nossa vida para seu
comando e, de acordo com sua vontade, há de repreender esta pandemia que assola
a humanidade assim como livrou os apóstolos do naufrágio, também nos livrará e
nos libertará deste momento.
Para
finalizar, em nome da Igreja, elevo meu clamor e oração para que não deixe o
medo controlar nossas vidas, que nossa fé venha fluir em nossa caminhada, que o
nosso coração se abra para que o Senhor venha nos curar e ao mesmo tempo,
consolar nossa dor, porque só Ele consegue olhar a profundeza de nosso coração
e saber o que necessitamos. E isto meu irmão e minha irmã, só depende de cada
um de nós. Santo Agostinho em uma de suas frases reflexivas nos diz: “Deus,
que ti criou sem ti, não ti salva sem ti”. Em outra ele também escreve: “Fizeste-nos,
Senhor, para ti, e nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”.
Por tudo que refletimos, pedimos que nunca devemos deixar que o medo nos faça esquecer que Jesus acalma a
tempestade, seja qual for ela, com Ele em nosso barco, sigamos cantando como
Davi: “Ainda que eu caminhe por um vale tenebroso, nenhum mal temerei,
pois estás junto de mim; teu bastão e teu cajado me deixa tranquilo” (Sl
23(22)).
Que a
benção de Deus Pai todo Poderoso, rica em misericórdia, desça sobre você e sua
família, e que a Semente da Caridade
cresça e frutifique em sua vida e de sua família.
Referências*
Bíblia: Tradução Jerusalém
Estilo adoracao
Pensador
Diácono Artur Pereira
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Arquidiocese de Teresina
Revisor: Welington Fabrício
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