HOMILIA: Jesus é o caminho, a verdade e a vida que nos deixa seu testamento de amor

A Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro ao celebrar o 5º Domingo da Páscoa recordamos que trilhamos um percurso com toda a Igreja Católica de sete domingos do tempo pascal, no qual somos convidados a fazer a experiência com o Senhor Jesus, aquele que nos chama a viver seus ensinamentos.

Foto: Missa do 5º Domingo da Páscoa

A palavra de Deus nesta semana é oportuna para este período que estamos vivendo em nossas casas e comunidades, pois neste tempo de aflição, Jesus nos diz: “Não se perturbe o vosso coração” (João 7, 1a). Podemos entender esse não se deixar perturbar como confiar naquilo que de fato Deus realiza no meio de nós, ou seja, confiar na sua vontade para nossa vida. 

Quando pensamos no sentido da palavra: perturbar, nos lembramos rapidamente das dificuldades, problemas e situações de crise. Uma das crises vividas pelas primeiras comunidades cristãs é relatada na Primeira Leitura da liturgia deste domingo, retirada do Livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 06, nos versículos de 01 a 07, quando os fiéis de origem grega reclamavam que suas viúvas estavam recebendo atendimento diário, situação que levou os apóstolos a discutirem e propor divisão de funções na comunidade. Os apóstolos sabiam que sua missão era o anúncio da palavra e por isso deviam compartilhar do serviço com outros membros da comunidade. 

Foto: Pe. Chagas Martins ressaltou em sua homilia o crescimento na crise

Diante deste relevante cenário bíblico, Padre Chagas, pároco, nos apresenta uma expressão usada por muitas pessoas: “com crise se cresce”, destacando que quando passamos por uma crise há sempre oportunidade de renovação, de crescimento, de vivência de algo novo. 

Neste contexto de discussão, os apóstolos se abriram ao novo, quando escolheram sete fiéis para exercerem a missão de diáconos no serviço da caridade. Hoje, dentro da Igreja Católica Apostólica Romana o diaconato é o primeiro grau do sacramento da ordem. A função dos diáconos na leitura dos Atos dos Apóstolos além de servir as mesas era de fazer com que todas as viúvas fossem bem assistidas dentro da comunidade. Hoje, aos nos perguntarmos, porque existem muitas dificuldades, problemas e crises, o reverendo nos explica que essas situações não são de hoje, mas desde o princípio; nas comunidades primitivas já existiam. Por isso, é revigorante acolher a mensagem de Jesus quando nos diz: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também”.

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Com a proclamação da Segunda Leitura, retirada da Primeira Carta de São Pedro, capítulo 02, versículos 04 ao 09, Jesus é apresentado como a pedra que os construtores rejeitaram e que, agora, se tornou a pedra angular, a principal.

Nesta pedra angular, rejeitada por muitos, mas para nós cristãos considerada a mais importante, reconhecemos que somos uma igreja não formada por pedra (no sentido meramente do templo), pois mesmo sem o templo físico não deixaríamos de existir. Somos uma igreja viva, formada por homens e mulheres de fé que são impulsionadas e alimentados pela palavra de Deus. Nisto entendemos quando Jesus afirma que “ele não é Deus dos mortos, mas Deus dos vivos” (Mateus 22, 32b).

Somos igreja doméstica, em cada lar e família, que não deixamos de continuar nossa missão no mundo. Jesus nos dar o seu sustento como pedra principal. Ele nos reafirma seu desejo de que possamos confiar e acreditar nele: “tendes fé Deus, e tendes fé em mim também”.

Na vivência desta semana, reze e proclame: “Eu sou Igreja!”, nesta experiencia seremos levados a encontrar o Senhor ressuscitado na dimensão da caminhada de fé.

No Santo Evangelho, texto de São João, capítulo 14, versículos 01 ao 12, Jesus Cristo nos revela seu testamento de amor ao iniciar seu discurso de despedida, vai deixando para seus discípulos seus ensinamentos e sua palavra de esperança, exortando-os para que não tenham medo.

É o próprio Jesus que nos assegura que vai para junto do Pai Eterno e vai preparar um lugar para nós, “e quando tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, afim de que onde eu estiver estejais também vós” (v. 03) na certeza que Ele mesmo “é o caminho, a verdade e a vida” (v.06). 

No seu testamento de amor, somos impactados por uma belíssima forma de amar, Jesus entrega sua vida por nós. Quando dizemos “eu te amo” para uma pessoa significa que queremos que ela faça parte da nossa vida, diante de sua palavra e do amor divino manifestado a nós nos ajudará para nesta crise possamos viver crescimento e renovação.

Neste domingo, celebrando também o dia das mães, essas mulheres que não fizeram somente a escolha de ser mãe, mas que acolheram um dom de Deus. Este dom é graça que vem pela vontade divina. Confiando na intercessão de Nossa Senhora de Fátima, que nestes dias rezamos seu novenário, pedimos que ela nos ensine como prosseguir e seguir no caminho da fé.

Que o Senhor derrame copiosas bençãos sobre as mães e seus filhos, que mesmo distantes por motivo da pandemia, se colocaram em oração por suas mães.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado!

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Texto: Júlio Rodrigues

Fotos: Karine Rocha

Pascom/PNSPS