Semente da Caridade: O alimento verdadeiro
Nesta quinta-feira continuamos mergulhados na
pedagogia de Jesus em que nos ensina os mistérios da salvação por meio do seu
discurso que compõe todo o capítulo seis de São João, mas hoje a reflexão será
em João 6,44-51.
No livro dos Atos dos Apóstolos, a primeira
leitura da liturgia de hoje, também é oportuno destacar a forma que Ele se
revela ao etíope, (At 8,26-40).
No santo evangelho, Jesus inicia com a seguinte
afirmação: “Ninguém pode vir a mim se o
pai que me enviou não o atrair”, (Jo 6,44) mais adiante ele continua: “[...]
todos serão instruídos por Deus”, (Jo 6, 45).
A primeira leitura nos dá a chave de compreensão
para estas afirmações de Jesus, que é exatamente a conversão do etíope.
Estando o etíope, lendo o profeta Isaias, Felipe
no cumprimento do dever de diácono, aproximou-se e perguntou: “Será que compreendes verdadeiramente o que
estás lendo?”, (At 8,30).
Ele lia uma passagem do livro de Isaias, que fala
do servo sofredor, o etíope, não entendia nada, talvez lesse por devoção, (o
que já é alguma coisa). Foi então que Felipe se juntou aquele homem e explica
tudo a luz dos ensinamentos de Jesus, ele então abriu os olhos entendeu e pediu
para ser batizado, no que foi atendido imediatamente por Felipe, nesta passagem
encontramos uma outra função do diácono dentro da Igreja.
O que podemos absorver de lição desta passagem é
que não há caminho de salvação sem passar por uma boa catequese, que se
distribui em três fases: 1) A escuta da palavra anunciada pela Igreja; 2) O Batismo;
3) A alegria da vida renovada. A autenticidade de uma etapa condiciona a
possibilidade das outras etapas, a catequese não se esgota no cumprimento das
fases citadas, mas ela deve ser permanente e contínua.
O discurso de Jesus no evangelho da liturgia vai
falar do pão da vida, “Eu sou o pão vivo
que desce do céu. Quem comer deste pão viverá para a eternidade”, (Jo 6,51).
Meus irmãos, dentro desta realidade vem à tona, o duelo entre a vida e morte, não
uma vida física ou uma morte biológica, cujo é natural da vida, mas o que Jesus
nos indica é o caminho que leva ao encontro pessoal com Ele, onde se descubra a
verdadeira finalidade de toda humanidade, diante do caos da morte eterna.
Jesus não quer que a gente se perca. Se alguém se
perder, é por opção própria e individual, não pela vontade do Cristo. Inclusive, a perdição causa grande sofrimento no coração de Senhor, e todos, sem exceção,
deverão ser instruídos para que não haja perdição, “[...] todos serão
instruídos por Deus”, (Jo 6, 45).
Jesus também nos fala do ver e do crer, e só
podemos crer que Ele é o pão descido
do céu, quando este ver for contemplativo, que na realidade é um olhar para
Jesus por meio do irmão, através de suas necessidades, seus sofrimentos e dores;
sentindo o coração, para poder se encontrar consigo mesmo e assim descobrir a
natureza original, escondida pelo pecado, que causou a expulsão do paraíso onde
se tinha uma ação de dar e receber com o criador. Jesus nos fala tudo isso solenemente:
“Em verdade, em verdade, eu vos digo,
aquele que crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida.” (Jo 47-48).
E para concluir o evangelho de hoje, Deus assim
como se revelou para Moisés na sarça ardente com está escrito: “Deus disse a Moisés: ‘EU SOU AQUELE QUE
SEREI’. E disse: ‘Assim falará aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós’”, (Êx
3,14). Jesus também se revela como alimento presente no altar sob o véu da
Eucaristia, alimento verdadeiro, que salva, cura, liberta e nos fortalece com o
dom da vida e vida em abundância, conforme finaliza o evangelho de hoje: “EU SOU o pão da vivo que desce do céu. Quem
comer deste pão viverá para a eternidade. E o pão que eu darei, é a minha carne dada para que o mundo tenha a vida” (Jo.
6, 51).
Senhor! Deem-nos sempre deste pão
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
Referencias bíblicas tiradas da tradução TEB*
Diácono Artur Pereira
Paróquia Nossa Senhora do Perpetuo Socorro
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