O QUE A IGREJA DIZ SOBRE A MORTE?


02 de novembro, a Igreja celebrou um dia especial de orações pelos fiéis defuntos, o dia de Finados. Desde os primeiros séculos, os cristãos já visitavam os túmulos dos mártires para rezar por eles e por todos aqueles que um dia fizeram parte da comunidade primitiva.
Ao celebrar esta data, é comum pensarmos sobre o fim da vida neste mundo. Logo, é possível se perguntar: o que acontece após a morte?  O que diz a Igreja Católica sobre a morte?
Para responder esses questionamentos a equipe do Programa em Tuas mãos exibiu ontem (02), uma entrevista com o Padre Júlio César, da Paróquia Menino Jesus de Praga, localizada no Bairro Saci, na zona sul de Teresina. O trabalho conduzido pelo jornalista Lívio Galeno nos ajudou a entender e compreender o que a Bíblia e Jesus Cristo nos ensinam sobre a morte.
De acordo com o padre Júlio César “A Sagrada Escritura nos apresenta a morte não como uma realidade última. Vamos relembrar: Jesus Cristo, quando entra na casa de Marta e Maria por ocasião da morte de Lázaro, é questionado por Maria ao afirmar que se ele estivesse ali o seu irmão não teria morrido. A seguir Marta vai adiante e diz saber que se pedir a Deus ele concede a ressurreição do irmão. Lembremos que Jesus Cristo responde as indagações de Marta afirmando que Ele é a ressurreição e a vida e quem crer Nele ainda que esteja morto, viverá”
Se interpretarmos essa passagem “vamos entender que Jesus Cristo nos convida a um ato de fé na sua pessoa porque Ele é a premissa de toda a ressurreição” explica o padre.
Quando nos remetemos à morte sempre evidenciamos as dificuldades de encarar o momento como uma perda. Fica a lembrança e a saudade. Para o Padre Júlio César “para conviver com a morte é importante saber que nós começamos a morrer no dia em que somos batizados. De fato a morte é algo que já instigava os filósofos gregos. Todos antes de Cristo já se questionavam. No entanto para os cristãos a morte é a paga do pecado. Quando Deus criou o homem, o criou num estado de graça. Pela desobediência do mesmo não sobreviveu ao pecado e conseqüentemente à morte. Essa condição humana que fora decaída pelo pecado foi completamente instaurada, mas resgatada na pessoa de Jesus. Assim, pelo batismo, nós inseridos em Jesus morremos pelo pecado e depois passamos a ter vida.
Mas e qual o significado do dia de Finados? De acordo com o sacerdote a Igreja sempre rezou pelos mortos. No testamento em Macabeus encontramos a oração pelos mortos. Em São Paulo (capítulo 1, 18 ) Cristo reza pela família de Onezimo que está de luto. “Assim nós percebemos na Sagrada Escritura vários elementos que configuram a oração pelos mortos. A Igreja comumente reza pelos fiéis defuntos porque entendemos que a morte não é o fim”, pontua.
Mas e o dia de Finados? É uma data para celebrar a vida ou a morte? Muitos fiéis têm essa dúvida e o Padre Júlio César explica que “a passagem da data é para festejar a vida porque nós acreditamos na ressurreição”.
Muitos se questionam ainda sobre a importância de ir aos cemitérios no dia 02 de novembro. Para a Igreja, as irmãs e irmãos que estão enterrados “na verdade estão dormindo já que a palavra cemitério em grego significa dormitório. Por isso costumamos sepultar os mortos. Obviamente que a Igreja não se opõe à cremação. Porque para Deus todo poderoso pode tudo. Mas é importante que saibam que enterramos em túmulos porque nossos irmãos estão adormecidos em Cristo esperando o dia da ressurreição. Esse tema é importante porque para nós o que diferencia o cristão não é o fato de acreditar na imortalidade, mas sim acreditar que esse corpo vai ressuscitar semelhante ao corpo glorioso de Jesus. Tão importante quanto acreditar na imortalidade da alma é crer na ressurreição da carne” explica.
É comum ainda no dia de Finados acenderem velas e rezar pelo parente ou amigo . Mas qual a recomendação ou orientação para aquele fiel que tem um membro falecido e que foi enterrado distante do seu local de origem? O padre nos ensina que a distância do local onde o fiel foi enterrado não é obstáculo. “Para Jesus Cristo a oração tem uma dimensão espiritual que ultrapassa a barreira do tempo e do espaço físico. Para Deus não existe tempo. Ele é o eterno, o hoje, o já e o aqui. Deus está em toda parte. Assim você pode rezar pelo seu parente mesmo estando ele enterrado em um local distante. Isso nada impede. A oração é o elo dessa recordação” finaliza.
Por Vera Alice Brandão
Fonte: Arquidiocesedeterecina.org.br

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