Solenidade de Pentecostes
Leituras a serem refletidas:
Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos, 2, 1-11
Salmo: 103 (104)
Segunda Leitura: 1Cor 12, 3b-7.12-13
Evangelho: Jo 20, 19-23
Hoje, com toda a Igreja, celebramos a solenidade de Pentecoste, a liturgia nos convida a abrirmos a porta do coração, da nossa casa e da nossa vida, para que a ação do Espírito Santo nos anime, nos transforme, nos oriente, nos fortaleça a construir uma comunidade, onde fomente a unidade na força do mesmo Espírito, transmitida pelos discípulos que assumiram a missão de serem arautos do Evangelho. Pentecoste também nos revela quem é Deus e o que somos para Deus, o Espírito Santo lembra-nos das verdades reveladas e revela-nos o que falta para compreendermos o sentido da vida: Quem fomos, o que somos, mas sobretudo o que poderemos ser.
Para adentramos no mistério que celebramos, precisamos conhecer o sentido e origem desta solenidade.
“Pentecoste “quinquagésimo “ em grego, comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus de Cristo, sua mãe Maria e outros seguidores. Pentecoste é celebrado cinquenta dias depois do domingo de Páscoa e ocorre no décimo dia da celebração da Ascensão de Jesus. Isto porque Ele ficou quarenta dias, após sua ressurreição, dando os últimos ensinamentos a seus discípulos. E para os cinquenta dias que se completam da Páscoa até o último dia da grande festa de Pentecoste, sobraram 10 dias. Foram estes os dias que os discípulos permaneceram no cenáculo até a descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste.
Pentecoste é historicamente e simbolicamente ligado a festa judaica da colheita (Shavuot), que comemora a entrega dos Dez Mandamentos no Monte Sinai cinquenta dia depois do Êxodo. Para os cristãos, o Pentecoste celebra a descida do Espírito Santos sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, através do dom de línguas, como descrito em Atos (2, 2), durante aquela celebração judaica do quinquagésima dia em Jerusalém: “Por esta razão o dia de Pentecoste é considerado o dia do nascimento da Igreja.
A Primeira Leitura (At 2,1-11), Lucas nos apresenta a nova ordem que orienta e anima o povo da Nova Aliança, refletindo em toda a humanidade a partir de Pentecoste.
No início foi tudo muito difícil, os discípulos encontravam-se em uma situação de dúvida, de medo, de insegurança de desampara diante de um mundo hostil que condenou Jesus a morte. João, em sua narrativa, mostra uma fotografia de desolação. “... estando as portasda casa em que se achavam os discípulos trancadas por medo dos Judeus” (Jo 20,19).
Mas de forma repentina, Jesus se apresenta no meio deles. As portas trancadas não foram obstáculo para Jesus, Ele se pôs no meio deles (Ele é o centro e a razão de ser da comunidade) e saúda a todos ali presente com a saudação da plenitude dos bens messiânicos: “A paz (shalom) esteja convosco, esta é a saudação do, vencedor, a saudação que traz os sinais da vitória em suas mãos, em seus pés e no seu lado.
Os discípulos confirmados pela segunda saudação de Jesus são fortificados no Espírito Santo, recebem os dons pelo seu sopro, e junto com os dons a missão para levarem sua palavra, junto com o perdão, para todos que na liberdade se alinharem ao projeto salvífico de Deus (Jo 20, 21-23).
A resposta dos discípulos a apresentação de Jesus é a “alegria” (Jo 20,20), eles estão alegres porque Jesus está vivo; mas também porque sabem que iniciou-se um tempo novo, um tempo em que a morte já não os assusta, o tempo do Homem Novo, do homem livre, do homem que encontrou-se com a vida eterna e definitiva.
Para nós, fica a mensagem que devemos aderir ao projeto de Deus, e ganharmos a condição de participar da Nova Aliança e iniciar nosso caminha fazendo história de catequistas, que recebeu o “sopro” de vida que Jesus transmitiu aos discípulos e continua a transmitir a toda sua Igreja dando-nos coragem para atender o mandato de Jesus “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a todas as criaturas” (Mc 16,15). Sejamos obedientes para o nosso próprio bem.
Concluo esta reflexão com a seguinte oração, um achado no site dos Dehonianos.
Bendito sejas, Deus de luz e de vida, sopro criador e fogo de amor. Nós Te louvamos pelo dom do teu Espírito, que chama todos os povos da terra a proclamar, cada um na sua língua, as maravilhas da tua bondade.
Nós te pedimos por todos os membros do teu povo: torna-nos receptivos às múltiplas linguagens dos nossos irmãos e confiantes no teu espírito de unidade.
Diácono Artur Pereira
Fontes:
Roteiros Homiléticos (Pe José Bortoline)
Bíblia TEB
Dehonianos
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