VI DOMINGO DO TEMPO COMUM

 


“Se queres tem o poder de curar-me”

A liturgia deste VI Domingo do Tempo Comum já nos prepara para o grande retiro quaresmal, que deverá nos introduzir na Páscoa do Senhor. São quarenta dias em que Deus apresenta sua misericórdia, amor, ternura, justiça e sua vontade que sejamos reintegrados na comunidade de seus filhos. Ele não exclui ninguém, nem aceita que, em seu nome, se inventem sistemas de discriminação ou de marginalização.

Na Primeira Leitura, do Livro de Levítico (13,1-2.44-46), apresenta-nos uma legislação que definia a prática (tradição) da época no tratar com as pessoas que apresentavam o sinal de uma doença desconhecida e altamente contagiosa, a “lepra”. Quem o contraia era excluído da comunidade e era obrigado a viver no isolamento e esquecimento, (a margem do caminho - marginalizado). Esta prática não deve ser refletida fora do contexto do tempo. 

O que mais impressiona são as situações de exclusão, seja por uma doença, seja pelo pecado. As pessoas, que a partir de uma imagem deturpada de Deus e de seus mandamentos, inventam mecanismo de rejeição e discriminação, em nome de Deus. Pedro vai nos instruir que usar a palavra de Deus para seu próprio benefício, é prática dos ignorantes e vacilantes (1Ped 3, 11-17).

Para estarmos alinhados ao projeto de Deus que inclui, cuida, perdoa e acolhe, se faz necessário seguir na linha da leitura que refletimos hoje, (1Cor 10,31-11,1). Ao priorizar o serviço aos irmãos , seguindo assim o exemplo de Cristo, que teve sua passagem no meio de nós, marcada pela obediência incondicional aos projetos do Pai e fez de sua vida um dom de amor,  ao serviço da libertação dos homens, a ponto de dar sua vida para que todos tenham vida e atenham em abundancia. 

O Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (1.40-45), afirma-nos que na pessoa de Jesus Cristo, Deus desce ao encontro dos homens, para libertá-los das armadilhas do pecado que transforma o homem em egocêntrico, autossuficiente e imediatista. 

A pedagogia de Jesus nos ensina que precisamos aproximar-nos dos excluídos, como Ele aproximou-se do leproso (excluído) em uma atitude de solidariedade. Jesus não está preocupado com as práticas da época, onde não era permitido aproximar-se de um leproso (impuro e excluído). Jesus quebra todas as regras, não só se aproximou, mas tocou no leproso. Com o seu toque, Ele liberta cura e dar um novo ruma à vida daquele homem, dando-lhe dignidade e reintegrando-o à comunidade.

Jesus, em sua praxe, vê em cada irmão um filho com potencialidade para amar, perdoar, servir e ser feliz. Ele não está preocupado com o que fomos,  nem com o que somos, mas o que poderemos a ser se nos alinhar ao seu projeto salvífico, abandonando-nos em seus braços com confiança, fé e amor.

O Evangelho de hoje nos deixa alguns questionamentos que precisamos colocar para nossa reflexão individual:

  • Como é que lidamos com os excluídos da sociedade ou da Igreja? 
  • Procuramos integrar e acolher (os estrangeiros, os marginais, os pecadores, os “diferentes”) ou ajudamos a perpetuar os mecanismos de exclusão e de discriminação?
  • Jesus Cristo é prioridade em nossa vida?
  • Colocamo-nos aos pés do Senhor, arrependidos e prontos para iniciar uma vida nova? 

Que estes questionamentos sirvam para a minha, para a sua reflexão no tempo da Quaresma, que iniciaremos no próximo dia 14 (Quarta-feira de Cinzas). 

Fiquem com Deus, tenham um domingo santo e uma semana cheia de Deus. Que Nossa Senhora das Graças nos ensine a amar Jesus, seu filho, como ela o amou.


Diácono Artur Carlos Pereira

Referência:

Bíblia tradução Jerusalém

https://www.dehonianos.org


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