DÉCIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano A



Hoje com toda a Igreja celebramos o XVI Domingo do Tempo Comum. Vivermos em uma realidade desafiadora onde a injustiça, corrupção, violência, insegurança alimentar, o abandono, a doença e pôr fim, a morte, faz parte de nossa rotina.
Nos juntamos a tantos outros irmãos, que trabalham ardentemente com muito generosidade em nossas pastorais, mas constatamos que nosso esforço muitas vezes não dão os frutos que esperamos, buscamos respostas para muitas perguntas: Por quê? Vale a pena? Por que Deus não manifesta seu poder de forma incisiva? Se a causa do reino tem validade, por que é tão Inexequível?
A palavra de Deus deste domingo poderá nos ajudar a ver, julgar e agir fortalecendo-nos em favor da vida. O Espirito vem nos socorrer em nossa fraqueza, Ele ouve nosso clamor, nossa súplica e nos protege em tantas lutas que travamos no dia a dia.
A primeira leitura tirada do livro de Sabedoria 12,13.16-19, abre-nos uma janela para o entendimento de todas estas dúvidas, nesta passagem o cuidado de Deus é evidenciado pela prática da justiça, da misericórdia e do amor verdadeiro, no cuidado e na importância dada ao homem. “Pois não há, fora de ti, Deus que cuide de todos, para que devesse mostrar que teus julgamentos não são injustos” (Sb 12,12).
A segunda leitura retirada da carta aos Romanos, 8,26-27, o autor fala-nos da capacidade de Deus, no conhecimento do coração do homem, muito antes de sua manifestação. A interseção de Deus, é incisiva, justa, precisa, misericordiosa e recheada de amor verdadeiro, como achamos escrito na carta aos Romanos, 8,26-27: “Assim também o Espírito socorre nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir como convém; más próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis, e aquele que perscruta os corações sabe qual é o desejo do Espírito; pois, é segundo Deus que Ele intercede pelos Santos.”
O Evangelho deste domingo retirado de Mateus 13,24-43, mostra-nos que Jesus em sua pedagogia usa de parábola, linguagem que explica melhor o caminho para o entendimento do projeto salvifico de Deus “Jesus falou tudo isso as multidões por parábolas. E sem parábolas nada lhes falava, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta” (Mt 13,34). Um modelo comparativo muito antigo e bem explorado por Jesus, fazendo uma referência ao Salmo 78,2 “Abrirei a boca em parábola; proclamarei coisas ocultas desde a fundação do mundo”.
A parábola do Joio e do trigo é carregada de simbolismo e ensinamentos, no qual leva-nos a entender a perseverança, a paciência e a confiança que devemos depositar no projeto salvifico de Deus, apresentado por Jesus.
Não tenho a pretensão de esgotar este assunto tão rico, trago aqui apenas alguns pontos para refletirmos que poderá ajudar-nos a discernir a passagem do evangelho apresentado na liturgia deste domingo:
1. A sociedade é um campo de semeadura, que mostra seus contrastes e inclinações de acordo com os fatos e acontecimentos.
2. O Semeador do joio e do trigo cumpre seu papel de acordo com sua natureza, o primeiro semeia morte (joio), sua intenção é confundir a cabeça do homem e leva-lo a submeter-se à sua proposta de divisão, escravizando o homem em seu próprio orgulho, auto-suficiencia, avareza, mesquinhez, sentimentos inerente ao demônio. O segundo semeia o trigo (a vida) a boa semente que direciona o homem ao encontro pessoa com Deus na pessoa de Jesus, com paciência, pervença envolvido no amor verdadeira em caminhada catecumenal através do processo de Iniciação à Vida Cristã, que dará continuidade a missão de Jesus, praticando a misericórdia o perdão e a justiça.
Dito isto, vemos nas linhas e entrelinhas deste evangelho a perplexidade das comunidades primitivas refletidas nas nossas comunidades, surgindo desta alguns questionamentos: se de fato Jesus é Deus e caminho conosco, o mestre da justiça, como se explica o crescimento da injustiça (joio) na sociedade (campo)? Por que Ele não intervém na história eliminando toda a injustiça (joio) mostrando assim seu poder?
Os trabalhadores indignados se dispuseram a colocar as mãos na massa e arrancar todo o Joio “Queres então que vamos arranca-lo?” (Mt 13,28). A resposta do dono do campo foi negativa, o joio e o trigo assim como o bem e o mal têm uma linha muito tênue, são parecidos, muito embora tenham finalidades, objetivos e natureza diferentes e opostas.
O joio é a semente ruim que tem como fim a morte, o trigo é a semente boa que tem como finalidade a vida e vida em abundância, não podemos correr o risco de destruir o bem (trigo) implementando ações para destruir o mal (joio).
A parábola do joio e do trigo nos ensina a esperar com paciência, mostrando-nos que a justiça que deu origem ao reino de Deus se decide no campo do conflito, da competição, da perseguição. Todavia esta luta não deve afetar nosso julgamento e nossa liberdade, pois não cabe ao verdadeiro discípulo de Jesus fazer justiça com as próprias mãos, usando critérios humanos. A nós que queremos ser discípulos, compete-nos semear.
As duas outras parábolas mostram que a grandeza do reino parte que de pequenas atitudes, e se juntarão como material para construir um mundo melhor. Neste reino abrigar-se-ão todos aqueles que contribuíram para a construção de um mundo mais justo, onde a argamassa que nos une é o amor que brota do coração de Deus.
O Evangelho de hoje conclui falando do resultado final, (O Reino Dos Céus) faz-nos um apelo para colocarmos uma lupa no agora, assim poderemos prepararmos melhor o futuro.
A vitória final pertence ao dono do campo “Jesus” Ele nos convida a festejar, pois fazemos parte desta vitória. “Então os justos brilharão como o sol no reino do seu Pai. O que tem ouvidos, ouçam”. (Mt 13,43)
Joelhos dobrados para a oração, pés a caminho e mãos agindo, na prática da justiça, assim o reino de Deus acontece.
Diac Artur Carlos Pereira
Referencias
Bíblia Tradução Jerusalém
Roteiros Homiléticos Pe José Bortolini

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