A palavra de Deus na oração
Estamos
no mês de Setembro, no qual dedica-se o mês da Bíblia. Em várias comunidades a
Bíblia (Sagrada Escritura) ganha um lugar de destaque, na Igreja, nos meios de
comunicação, nos lares e também nos ambientes de trabalho. Há quem comente que
a Bíblia é a biblioteca mais explorada pelas pessoas. A palavra Bíblia
significa “uma coleção de livros”. Diante da proposta da Igreja para este mês
de setembro suscita em nossas comunidades ações para explorar esse vasto
tesouro que é a Sagrada Escritura.
Diante
da pandemia a qual se alastrou por todo o mundo, percebe-se que os cristãos
tiveram mais tempo para praticar diariamente à Leitura da Bíblia. É um tempo
propício para exercitar em família o silêncio, o diálogo e à oração. No Novo
Testamento encontra-se Jesus sempre orante para com o Pai: “Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar
à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho” (Mt 14, 23). O monte na Sagrada
Escritura é um lugar onde Deus habita. Eis o convite que o Mestre faz ao discípulo,
subir o monte para beber da fonte que é a Palavra.
A
leitura da Sagrada Escritura é uma via de oração pela qual o homem progride
diante de Deus. Como crescer na interioridade com a Palavra de Deus? Por vezes,
tem-se vários tipos de oração seja ela silenciosa, vocal ou auricular. Aqui,
destaca-se a oração silenciosa diante do texto bíblico.
É
importante destacar quatro passos para bem praticar a leitura orante (lectio divina) da Palavra de Deus:
primeiro a leitura, segundo a meditação, terceiro a oração e por fim, a contemplação
na ação. São etapas que exigem esforço e perseverança.
Diante
do texto sagrado vem a leitura. A
repetição da leitura do texto ajudará o orante a fixar palavras que expressam o
seu entendimento. Tentar compreender o que texto diz nas entrelinhas. O segundo
passo consiste na meditação. No
silêncio interior o orante escuta o Mestre. Deixando com que as palavras do
texto ecoem os recantos escondidos do coração. No silêncio da meditação o
diálogo com Deus se torna fecundo. O terceiro passo a oração. Aqui o orante encontra-se na presença de Deus. Diante dos
passos dados na leitura é o momento do colóquio com o Mestre. E por fim, a contemplação na ação. É o momento do
orante observar somente o Mestre, pois Ele encontra-se
diante do orante. Nesta etapa, é necessário concentração, esquecer o barulho
externo e mergulhar totalmente no silêncio interior.
Eis
uma proposta para vivermos bem este mês da Bíblia: exercitar os passos da lectio divina. É aconselhável viver
todos esses passos na ação. Inspirado na palavra encontrar-se-á homens e
mulheres “contemplativos na ação”. Sem dúvidas, neste mundo barulhento e
ativista Deus tem falado no íntimo do coração humano por meio da Palavra que é
lançada nos vários terrenos.
Existem
muitos modos de rezar, o importante é escolher uma melhor via e deixar o Espírito
Santo lhe conduzir ao inesgotável amor do Pai. Que o mês da Bíblia ajude a
despertar amantes fiéis e testemunhas nos vários âmbitos da Igreja e da
sociedade. A cada celebração litúrgica, neste tempo pandêmico, o nosso coração
possa vibrar com um canto bem antigo de nossas comunidades: “Toda Bíblia é comunicação. De um Deus amor,
de um Deus irmão. É feliz quem crê na revelação, quem tem Deus no coração”.
Pe.
Diego da Silva Santos Sousa
Vigário
paroquial do Santuário Arquidiocesano de Santa Cruz dos Milagres
Ótima Reflexão... gratidão Padre Diego! Neste período tenho buscado a vivencia da lectio divina...
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