O grito do seu povo é ouvido
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esta quarta-feira, (05), celebramos na Igreja a XVIII
Semana do Tempo Comum, a liturgia de hoje nos propõe a partilhar na Leitura do
Livro do Profeta Jeremias (31,1-7). O Evangelho de hoje é Mateus capítulo 15, versículos
do 21 ao 28.
Hoje,
como em todo o anúncio da palavra de Deus a liturgia nos leva a refletirmos
sobre a história da salvação, em que o amor a misericórdia de Deus não tem
limites, Ele nos carrega no colo como crianças, necessitadas que somos, sustenta
nossa rebeldia, mas como Pai que deseja sempre o bem para o filho, está sempre
a nos orientar, corrigir e perdoar.
O
profeta Jeremias, um dos enviados do Senhor, veio com uma mensagem de esperança
ao povo de Israel exilado na Babilônia, em que o perdão, amor e a misericórdia permeiam
toda a primeira leitura. Ele se coloca como centro da salvação quando diz: “[...]
eu serei o Deus de todas as famílias de Israel e elas serão o meu povo. [...]
Encontrou graça no deserto, o povo que escapou à espada. Israel caminha para
seu descaço.” (Jr 31,1-2).
Vejam,
que apesar de nossa teimosia, em buscar a autossuficiência, serrando os ouvidos
para a palavra salvífica de Deus, tendo até a audácia de servir-se desta
palavra para benefícios individuais, esquecendo-se da opção que Ele fez e não
atendendo seu chamado para colocar-se a disposição de ideologias estranhas a
vontade de Deus. Ele está sempre ao nosso lado, em nem um momento da história
desistiu de seu projeto de salvação, sua disposição para o perdão passa por
longe do nosso entendimento, sempre
alegra-se com nossa conversão, e antecipa a verdadeira felicidade que só encontraremos
quando fazemos parte de seu reino preparado para aqueles que o buscam: “Porque
assim disse Iahweh: Gritai de alegria por Jacó, aclamai a primeira das nações!
Fazei-vos escutar! Louvai! Proclamai; “Iahweh salvou o seu povo, o resto de
Israel!””
No
Evangelho segundo Mateus capítulo 15, versículo 1 a 28 nos mostra a grande fé
que uma mulher sem nome, sem rosto de origem pagã (Cananéia), mas que reconhece
que Jesus tem o poder de libertar, de curar e de perdoar os pecados.
Os
gritos daquela mulher: “[...] Senhor filho de Davi, tem compaixão de mim: a
minha filha está horrivelmente endemoninhada” (Mt 15,22), não passam
despercebidos aos ouvidos atentos de Jesus, e apesar dos seus discípulos pedir
que expulse a mulher, ela em uma atitude de perseverança e de fé, insiste com o
Mestre e pede por piedade.
A
perseverança, fé e a confiança daquela mulher deve ser exemplo para cada um de
nós em nossa caminhada, pois quantas vezes passamos pela mesma situação para
falta de acolhimento nas comunidades? Críticas, imposições de fardo que não
podemos carregar, julgamentos, decepções, mas assim como aquela mulher devemos
valorizar as coisas simples, que para alguns parece resto, mas para ela e para
nós deve ser motivo de alegria e cura para todas as nossas doenças: “[...]
Isso é verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem
da mesa dos seus donos!” (Mt 16, 27).
O
Evangelho conclui com um grande ensinamento: Devemos ser abertos a todos sem
descriminação de raça, cor, classe, posição social, pois a salvação é para
todos e é uma questão de opção por Jesus Cristo Nosso Senhor. “Diante disso,
Jesus lhes disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E
deste aquele momento a sua filha ficou curada.” (Mt 15, 28).
Que a
benção de Deus Pai todo Poderoso, rica em misericórdia, desça sobre você e sua
família, e que a Semente da Caridade
cresça e frutifique em sua vida e de sua família.
Referência Bíblica: Tradução Jerusalém
Diácono Artur Pereira
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Arquidiocese de Teresina
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