IV DOMINGO DA QUARESMA

 


Alegria! Alegria! Alegria!

A liturgia deste Quarto Domingo da Quaresma, a qual chamamos o Domingo da Alegria (Laetare), nos chama a olhar para o projeto salvífico de Deus que traz como primícias a salvação para os homens restaurando toda a natureza na forma original. Temos que ter presente que a salvação a nós oferecida por Deus, é uma iniciativa do próprio Deus, porém deve ser conquistada pelo homem na liberdade, adesão e na prática do amor. A nossa resposta deve ser levada na alegria, marca essencial do Evangelho e deste Domingo da Quaresma, por isso chamamos o “Domingo da Alegria”.

A Primeira Leitura (2 Cr 36.14-16.1923) relata destruição de Jerusalém, o incêndio do templo e a deportação do Povo de Deus para a Babilónia, que são vistas pelo cronista como o resultado lógico dos pecados da nação. “Os chefes de Judá, os sacerdotes e o povo multiplicaram as suas infidelidades” (vers. 14); ignoraram os avisos enviados por Deus por intermédio dos profetas e desdenharam os seus apelos… Então, a ira do Senhor abateu-se sem remédio sobre o seu Povo (vers. 15-16).

Nesta passagem o cronista coloca em voga os ensinamentos do Senhor, que nos chama a atenção para nossas escolhas, sob dois aspectos:

  1. Quando escolhemos o egoísmo, a autossuficiência, o poder sem serviço, que se convertem em “tirania” estaremos construindo um futuro de dor e de morte.
  2. Quando escolhemos trilhar pelo caminho, pela verdade e pela vida, encontraremos Jesus Cristo nosso único salvador. Ele não olha para o que fomos ou para o que somos, Ele se preocupa com que poderemos ser. Deus nunca desiste dos seus filhos: Ele nos dará sempre a possibilidade de reconstruir a vida, de começar de novo. 

Assim aconteceu com o povo que escapou da espada, deportado para Babilônia. Deus garantiu-lhes a possibilidade de voltar a Jerusalém depois de 76 anos se servidão e sofrimento (2Cr 36,21).

Vejam meus irmãos como somos frágeis, pecadores, miseráveis, necessitados do amor e da misericórdia de Deus. Mas assim como Ele ofereceu uma nova oportunidade ao povo escravizado na Babilônia (Primeira Leitura “2Cr”), ele também está a nos oferecer na pessoa de Jesus Cristo uma vida nova. A salvação não por nosso merecimento, mas na gratuidade (característica de Deus), que resulta do amor dispensado a cada um de nós, independente da qualquer coisa, como lemos na carta de Paulo aos Efésios (2,4-10). 

Os Dehonianos na introdução da reflexão deste domingo resumem todo o evangelho segundo João (3,14-21) da seguinte forma: “No Evangelho, João apresenta, em palavras do próprio Jesus, o projeto de salvação de Deus: por puro amor, Deus enviou ao nosso encontro o seu Filho Unigénito, que veio oferecer-nos a salvação. Quem “acreditar” em Jesus e aprender com Ele a lição do amor até ao extremo, nascerá para uma Vida nova, para a Vida plena e definitiva.” 

Todo o capítulo três de João faz parte da conversa de Jesus com Nicodemos, homem ilustre, que pertencia à elite de Israel, membro do Sinédrio (supremo tribuna de Israel), mas que defendia Jesus. Contudo, para manter sua posição, era preciso deixar o Sinédrio, sob pena de ser cúmplice da morte de Jesus. Nicodemos custa entender tudo isto, tinha muitas dúvidas, motivo pelo qual ele tem esta conversa com o Mestre, que foi esclarecendo cada dúvida, passando pelos sinais do renascimento no espírito, da serpente levantada no deserto, da fé nas coisas do céu e da terra, e por fim, do amor de Deus que entregou seu filho único para que todos tenham vida.

Nicodemos representa cada um de nós, com nossas dúvidas, crises, desafios e conflitos. O tempo quaresmal é um momento impar para abrir nossos corações, vivenciar este tempo tão importante na prática da caridade, oração e penitencia, condição única, para fazermos o encontro pessoal com Deus na pessoa de Jesus nosso Senhor e Salvador, fora disso, não há salvação.

Que possamos neste dia sentir e participar da alegria e podermos ter a nosso dispor ferramentas que irão nos libertar da escravidão do pecado e da morte.

Um domingo abençoado e uma semana cheia de Deus, que Nossa Senhora Mãe das Graças nos abençoe com suas graças vinda de Jesus, seu divino filho.  


Diácono Artur Carlos Pereira

Referência:

Bíblia tradução TEB

https://www.dehonianos.org


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