Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor – Ano A

 


Hoje, Domingos de Ramos e da Paixão do Senhor, somos convidados e entrar em Jerusalém com nossos ramos saudando ao Senhor e cantando hosana nas alturas, bendito é aquele que vem em nome do Senhor hosana. 

O Anúncio do Evangelho, segundo Mateus 27, 11-54, convida-nos a contemplar a paixão, morte e ressureição de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, Jesus revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total. 

Para adentrar-nos a narrativa de hoje segundo Mateus, iremos voltar nosso olhar para um tema que é muito caro a Mateus, que é justiça. 

Se fosse possível resumir todo o evangelho de Mateus resumiríamos em uma frase: “Jesus o Mestre da Justiça”, isso nos mostra já por ocasião do batismo de Jesus Mt 3,15 Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a Justiça”. No Sermão da montanha, que é um programa de vida para todos aqueles que buscam o reino de Deus, o Mestre da justiça nos adverte: Mt 5,20 “Com efeito, eu vos asseguro que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, não entrarão no Reino dos Céus”. O grande enfrentamento de Jesus, onde Ele vence a morte o último dos inimigos, é a luta da Justiça do Reino e a injustiça oficial das autoridades Daquele tempo. 

A história da paixão e ressureição de Jesus não termina com a morte e o sepultamento, pois a morte não tem a última palavra, ele ressuscitou e continua vivo, fazendo o que Ele sempre fez, nos guiando, nos instruindo, sendo companheiro de nossa caminhada rumo a terra prometida, que é sua própria morada. 

Celebrar a paixão, morte e ressureição de Jesus nos deixa sem palavras e paralisados na contemplação de um Deus a quem o amor tornou frágil… Por amor, Ele veio ao nosso encontro, assumiu os nossos limites e fragilidades, experimentou a fome, o sono, o cansaço, conheceu a força das tentações, tremeu perante a morte, suou sangue antes de aceitar a vontade do Pai; e, estendido no chão, esmagado contra a terra, atraiçoado, abandonado, incompreendido, continuou a amar. Desse amor resultou vida plena, que Ele quis repartir conosco “até ao fim dos tempos”: esta é a mais espantosa história de amor que é possível contar; ela é a boa notícia que enche de alegria o coração dos crentes. 

Comtemplar a cruz assumida pelo Mestre como trono, onde Ele manifesta todo o seu amor, significa assumir com Ele a responsabilidade com todos os nossos irmãos que na atualidade são também crucificados: Os que sofrem violência, os que são explorados, os que são excluídos, os que são privados de direitos e de dignidade… Olhar a cruz de Jesus significa denunciar tudo o que gera ódio, divisão, medo, em termos de estruturas, valores, práticas, ideologias; significa evitar que os homens continuem a crucificar outros homens; significa aprender com Jesus a entregar a vida por amor.  

Viver negando o amor verdadeiro, pode conduzir à morte; mas o cristão sabe que amar como Jesus é viver a partir de uma dinâmica que a morte não pode vencer: o amor gera vida nova e introduz na nossa carne os dinamismos da ressurreição. 

Fiquem com Deus, e como discípulo do Mestre, vamos multiplicar o amor, pois só através do amor verdadeiro faremos nosso encontro pessoal com Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador. 

 

   Diácono Artur Pereira 

Fontes: 

Bíblia tradução Jerusalém 

 

 

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