28º Domingo do Tempo Comum - Ano C

 


Neste vigésimo oitavo domingo do tempo comum a Igreja nos chama a posicionarmos contra todas as formas de marginalização que nos atinge, pela nossa falta de fé em Deus, na pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor, motivo pelo qual devemos elevar nosso clamor a Deus, que com sua misericórdia irá nos livrar de toda forma de escravidão, pois nosso Deus traz em sua essência o amor verdadeiro. 

A primeira leitura tirada do livro de 2Reis 5,14-17 apresenta-nos a história de um leproso (o sírio Naamã). O episódio revela que só Deus oferece ao homem a vida e a salvação, sem limites sem exceções; ao homem resta acolher o dom de Deus, reconhecê-lo como o único salvador e manifestar-lhe gratidão. 

A cura do sírio nos leva a duas conclusões, a primeira é a missão do profeta, que é, denunciar, e anunciar a palavra de Deus a todos independente de nacionalidade, elemento forte que dividia os povos da época, assim agindo ele nos ensina que o profetismo deve estar sempre a serviço de Deus, autor e doador da vida. A segunda é a gratuidade de Deus, Ele não aceita bens materiais como pagamento a benefícios concedidos a seus filhos a não ser o amor e a disponibilidade para servir o irmão como Ele mesmo esteve, estar e estará a serviço de cada um de nós, que na plena liberdade se alinha com seu projeto salvifico.  

A segunda leitura tirada do livro 2Timotio 2, 8-13, chamada de testemunha de Paulo, define a existência cristã como identificação com Cristo. Quem acolhe o dom de Deus torna-se discípulo: identifica-se com Cristo, vive no amor e na entrega aos irmãos e chega à vida nova da ressurreição.  

O Grupo Dinamizador dos Dehonianos em seu site (https://www.dehonianos.org/portal/) nos traz uma atualização desta leitura de uma maneira muito simples, más com muita luz para nosso entendimento, conforme abaixo: 

 

 

Considerar os seguintes dados para a reflexão e partilha: 

• O autor da Segunda Carta a Timóteo recorda, aqui, algo de central para a experiência cristã: a essência do cristianismo é a identificação de cada crente com Cristo. Isto traduz-se, concretamente, no entregar a própria vida em favor dos irmãos, se necessário até ao dom total. Identifico-me de tal forma com Cristo que sou capaz de O seguir no caminho do amor e da entrega? 

• A opinião pública do nosso tempo está convencida de que uma vida gasta no serviço simples e humilde em favor dos irmãos é uma vida fracassada; mas o autor da Segunda Carta a Timóteo garante que uma vida de amor e de serviço é uma vida plenamente realizada, pois no final da caminhada espera-nos a ressurreição, a vida plena (são os efeitos da nossa identificação com Cristo). O que é que, para mim, faz mais sentido? No meu dia a dia domina o egoísmo e a autossuficiência, ou o amor, a partilha, o dom da vida? 

Evangelho, de Jesus Cristo, coração da palavra de Deus, segundo Lucas cap. 17,11-19, este passagem situa-se na grande caminhada de Jesus a Jerusalém, onde acontece a grande catequese feita por Jesus a seus discípulos que vão aprendendo e interiorizando os ensinamentos do Mestre. No “caminho” de Jesus e dos discípulos Jesus encontra dez leprosos. O leproso no tempo de Jesus era considerado impuro, um pecador contumaz, que era marginalizado, causava repugnância pela sua aparência, medo por parte da comunidade de ser contaminado, enfim a lepra era um castigo imputado por Deus por um grave pecado cometido, o leproso não podia sequer entrar na cidade de Jerusalém, a fim de não contaminar a cidade santa, que era pura. 

A porta aberta por Jesus para que possamos entender sua mensagem na cura dos 10 leprosos, é a gratidão, Os dez leprosos clamaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” (Lc 17,13), todos são curados e purificados, más só um, o samaritano reconhece Jesus como Salvador e capaz não só de curar, más de perdoar todos os pecados e restabelecer a dignidade como está escrito no evangelho: “Um, dentre eles, vendo-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e lançou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra, agradecendo-lhe.”  (Lc 17, 15-16), este reconhecimento e gratidão fica claro com o gesto de lançar-se aos pés do mestre com o rosto por terra. 

Segundo o Pe. José Bortoline em seu livro Roteiros Homiléticos, Para Lucas a expressão “dar glória a Deus”, é característica dos pobres e oprimidos que cruzam o caminho de Jesus encontrando nele a cura e a libertação, a exemplos do paralítico, a mulher encurvada, o cego de Jericó, o oficial romano, e muitos outros.  

Este episódio nos mostra um caminho catequético que nos leva ao porto seguro da fé, que nasce da esperança, não daquilo que fomos ou somos, más daquilo que poderemos ser. Também aqui se chama a atenção para a resposta do homem ao dom de Deus: todos os que experimentam a salvação que Deus oferece devem reconhecer o dom, acolhê-lo e manifestar a Deus a sua gratidão, todos foram curados más apenas um encontrou a salvação, o samaritano. “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”. (Lc 17, 19) 

Diácono Artur Carlos Pereira 

Fontes: 

Roteiros Homiléticos Pe José Bortolini 

Bíblia tradução Jerusalém 

 

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