27º Domingo do Tempo Comum - Ano C



Continuamos no caminho com Jesus ouvindo sua catequese, seus ensinamentos, aprendendo que nesta caminhada com o mestre, iremos enfrentar grandes dificuldades, grandes dúvidas, os desafios são muitos, as exigências também. Esta viagem reflete o caminha da comunidade Cristã (nosso caminho), com suas crises e busca de soluções. 

Umas dessas crises está ligada a fé dos primeiros cristãos (nossa). A questão da fé é recolocada diante de certos fracassos da comunidade na concepção do projeto de Deus executado por Jesus. Olhando para esta crise que coexiste no ceio das comunidades cristã, podemos refletir com os seguintes questionamentos: Porque não conseguimos reproduzir na prática o projeto de Deus em sua totalidade? O que está faltando para que possamos enfrentar e superar os desafios que encontramos em nosso caminho?  


Na primeira leitura o profeta Habacuc inicia lamentando a derrota da justiça, a calamidade pública sofrida pelo seu povo em decorrência da opressão dos seus governantes e de uma administração desastrosa que certamente levou o povo a ruina.  Será que a realidade que viveu o profeta é diferente da que vivemos hoje? Jovens entregues às drogas, à prostituição, sem segurança, sem saúde, sem moradia, sem educação, enfim, sem rumo e mergulhados em um abismo profundo, isso nos leva a refletir os mesmos questionamentos do Profeta (Hab 1,2-3), nos fazendo refletir de como são grandes os nossos desafios. 


E este caos, se resolve apenas trocando opressor por opressor? (Hab 1,6-11).   Para entendermos o lamento, tanto do profeta como o nosso, é preciso ler e refletir todo o livro de Habacuc, que em sua conclusão, nos mostra a grande misericórdia de Deus, que só será possível vivenciar quando o caminho do povo, o nosso caminho, tiver como centro a vontade de Iahweh, tudo isso na gratuidade e na liberdade, e assim podendo cantar como sugere o profeta, na conclusão de seu livro. (... eu porém me alegrarei em Iahweh, exultarei no Deus de minha salvação! Iahweh, meu Senhor, é a minha força, torna meus pés semelhantes aos da gazelas, e faz-me caminhar nas alturas.”) Hab 3, 16-19 


A segunda leitura tirada do livro de 2Tm 1,6-8.13-14, nos chama a refletir sobre o modelo profético de Paulo alinhado aos ensinamentos de Jesus que vem nos revelar toda a verdade, iluminando assim, o caminho que devemos tomar no combate aos que se servem do povo na busca do ter e do poder. E aqui eu me valho do Pe José Bortolini, que em sua reflexão sobre esta leitura escreveu assim: “Paulo propõe, por um lado, que sejam reavivados os carismas em vista a evangelização; por outro lado, mostra que o cristão recebeu a herança toda particular que será conservada à custa de sofrimento, na docilidade ao Espirito.”  


Continuando nossa reflexão deste vigésimo sétimo domingo do tempo comum, o Evangelho de hoje, coração da palavra de Deus, tirado do livro de Lc 17,5-10, já início (v5) os apóstolos abalados pela dúvida pedem ao Senhor.  Aumenta-nos a fé”. 


A resposta de Jesus está em (Lc 17,6) “Se tivésseis fé como um grão de mostarda direis a esta amoreira: ‘Arranca-te e replanta-te no mar’ e ela vos obedeceria” Jesus assim nos fala, que não se trata te ter “mais” ou “menos” fé. Não é uma questão de quantidade e sim de qualidade, usa como exemplo o grão (semente) de mostarda a menor de todas mas em sua essência leva todas as características da amoreira, uma árvore frondosa de raízes profundas que as mãos humanas não conseguem arrancar, assim deve ser nossa fé, deve conter em sua essência, todas as características que nos leve ao encontro pessoal com Jesus Cristo nosso Senhor e participar da mesa que está posta esperando a todos.  


Na sequência Jesus conta a parábola do servo inútil, uma história, como outras desconcertantes, justamente para nos levar a refletir que devemos sempre nos colocar a serviço do reino, apesar de nossa inutilidade, porém, que possamos usar toda a simplicidade para compreender nossa missão que é, estar sempre a serviço do reino. 


Esta parábola que é exclusiva de Lucas, nos mostra também a gratuidade dos que anunciam o evangelho (Lc 17,7-10), características que deve ter aprendido com Paulo seu companheiro, pois reflete a prática pastoral paulina, que se dá na liberdade de evangelizar, amplamente descrita em 1 Cor 9, porta de entendimento para toda a catequese que hoje Jesus faz nesta parábola. “... Anunciar o evangelho não é título de glória para mim; é, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho! ...” (1 Cor 9,16) 


Que possamos sempre agir na liberdade, pois quem assim o faz, se torna um missionário autêntico, para vivenciar este mês Missionário com o tema “A Igreja é missão” e o lema “Sereis minhas testemunhas” e continuar assim como missionário até a Páscoa definitiva onde nos encontraremos com aquele que nos chamou a missão.  

Diácono Artur Pereira 

Fontes: 

Roteiros Homiléticos Pe José Bortolini 

Bíblia tradução Jerusalém 

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