24º Domingo do tempo comum - Ano C



Hoje com toda a Igreja nos reunimos para celebrar o décimo quarto domingo do tempo comum, onde caminhamos com fé ruma a liberdade, tendo como líder o autor da vida que mandou seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor para nos dar vida e vida em abundância. 


Em nossa caminhada encontramos muitas encruzilhadas, muitas dificuldades, isto se evidencia na primeira leitura tirada do livro do Ex 32,7-11.13-14 onde enquanto Moisés se esforça em selar a aliança com Deus dando ao povo um código de ética (constituição) capaz de gerar uma nova sociedade , o povo volta ao passado, fabricando e adorando um bezerro de ouro que não só tinham a pretensão de substituir Deus (idolatria), más também diziam que aquela figura era o próprio Deus que havia libertado o povo do Egito. (Ex 32,8) ”Israel este é teu Deus que te libertou do Egito” 


O bezerro de metal construído pelas mãos do povo (boi Ápis) uma divindade egípcia que representava não a liberdade, como foi anunciado, mas anos de escravidão perseguição e morte. 


O texto mostra o que aconteceu depois que o povo de Deus adorou o bezerro de metal, Javé não reconhece mais como seu povo, isto se torna evidente nas palavras dirigida a Moisés: “desce do monte, pois corrompeu-se o teu povo que tirastes do Egito” (Ex 32,7) Deus então faz uma proposta a Moisés que seria tentadora “Deixa que minha ira se inflame e os devore. Más de ti farei uma grande nação” (Ex 32, 10), Deus quer fazer de Moises um novo Adão, más como um grande profeta ele assume a posição de defesa do povo, provocando em Deus o mais profundo sentimento, do qual é constituído o próprio Deus que é o perdão e a misericórdia ladeada de justiça.  


Na segunda leitura tirada da carta de Paulo a Timóteo, amigo inseparável de Paulo a partir da segunda viagem, ele fala do poder e da misericórdia que Deus na pessoa de Jesus exerce sobre aqueles que abrem o coração para que Deus possa agir em suas vidas. 

Precisamos em nossa reflexão de hoje levando em consideração a segunda leitura tirada da primeira carta a Tm 1,12-17, refletir sobre a ação de Deus em nossas vidas, olhando para o atributo que hoje refletimos, sua infinita misericórdia.   


• Antes de mais, somos convidados a tomar consciência do amor que Deus oferece a todos os homens, sem exceção, sejam quais forem as suas faltas… Foi esse Deus que Paulo experimentou e que testemunhou; é esse, também, o Deus que experimentamos e testemunhamos? 

• Entre os cristãos existe, muitas vezes, a convicção de que a “justiça de Deus” é a aplicação rigorosa da lei; assim, Deus trataria bem os bons, enquanto que castigaria, natural e objetivamente, os maus… A história de Paulo – e a história de tantos homens e mulheres, ao longo dos séculos – é um desmentido desta lógica: o amor de Deus derrama-se sobre todos os homens, mesmo sobre aqueles que têm vidas duvidosas e pecadoras. Bons e maus, a todos Deus ama, sem exceção. E nós? Somos filhos deste Deus e amamos os nossos irmãos, sem distinções? Às vezes ouvem-se – mesmo entre os cristãos – expressões de ódio e de desprezo em relação àqueles que cometem desacatos ou que têm comportamentos que reprovamos… Como conciliar essas atitudes com o exemplo de amor sem restrições que Deus nos oferece? 

• O nosso texto termina com um hino de louvor ao Deus que ama, sem exceções… Sentimo-nos agradecidos a Deus por esse amor nunca desmentido, que se derrama sobre nós, sejam quais forem as circunstâncias? 


O Evangelho, coração da palavra de Deus, segundo Lucas, 15,1-32 Jesus mostra em sua atitude toda sua misericórdia, e para entendermos a lógica de sua misericórdia precisamos entender em que ambiente se deu o diálogo de Jesus com os fariseus e doutores da lei, quando ele conta três parábola. 

  • Ele caminhava com destino a Jerusalém onde fazia uma grande catequese, colocando como centro o amor, o perdão e a misericórdia. 
  • Quando falava para os publicanos e pecadores os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Esse homem recebe os pecadores e come com eles». (Lc. 15,2) 
  • Depois de questiona-los ele contou três parábolas que expressam toda a solicitude de Deus para com os pobres, oprimidos e pecadores, ele mostra em sua atitude de acolhimento a misericórdia de Deus que se aproxima da humanidade com o objetivo de salvar a todos. 

A primeira parábola (Lc 15,4-8) a da ovelha perdida, onde o pastor deixa 99 ovelhas no deserto para ir em busca de uma que se perdeu desafia a lógica humana, também não faz sentido a alegria extrema por uma ovelha que extraviou-se, más a lógica de Deus é diferente, deixar as noventa e nove ovelhas e ir ao encontra da perdida, mostra a preocupação de Deus com cada um que se afasta da comunidade de salvação, depois ele põe a ovelha nos ombros que mostra cuidado que Deus tem por cada uma e com alegria Deus sempre festeja quando encontra um filho que se afastou de seu amor de seu perdão e sobretudo de sua misericórdia. 


A segunda parábola (Lc 15,8-10) reafirma o ensinamento da primeira. O amor misericordioso e constante de Deus busca aquele que se perdeu e alegra-se quando o encontra. 

A terceira parábola (Lc 15,11-32) apresenta o quadro de um pai (Deus), em cujo coração triunfa sempre o amor pelo filho, aconteça o que acontecer. Ele continua a amar o filho rebelde e ingrato, apesar da sua ausência, do seu orgulho e da sua auto-suficiência; e esse amor acaba por revelar-se na forma emocionada como recebe o filho, quando ele resolve voltar para a casa paterna. Esta parábola apresenta a lógica de Deus, que respeita absolutamente a liberdade e as decisões dos seus filhos, mesmo que eles usem essa liberdade para buscar a felicidade em caminhos errados; e, aconteça o que acontecer, continua a amar, a esperar ansiosamente o regresso do filho, preparado para o acolher com alegria e amor. É essa a lógica que Jesus quer propor a cada um de nós, o que Ele nos ensina “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso”. (Lc, 6,36) 

Diac Artur Pereira 

Fontes: 

Roteiros Homiléticos Pe José Bortoline 

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