Em um mundo sem Deus, o coração divide-se em sentimentos obscuros e confusos

 

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esta quarta-feira, (08), celebramos na Igreja a XIV Semana do Tempo Comum, a liturgia de hoje nos propõe a partilhar na primeira leitura o livro de Oséias, (10,1-3.7-8,12), sugiro ao meio leitor que leia 10, 1-12. Já o Santo Evangelho é Mateus, 10.1-7.

Na primeira leitura, o profeta cumpre seu papel de denunciar, mas também anunciar em quem devemos colocar toda nossa confiança com louvor, adoração e obediência, caso contrário, toda nossa prática que não seja para o louvor e glória de Deus Pai, cairá sobre nós.

Assim como o povo escolhido esqueceu-se de Deus e das maravilhas operada por este Deus, que o tirou da escravidão do Egito e o conduziu por meio do deserto árido e perigoso até a terra prometida. A humanidade atual faz pouco caso de Deus, suas preocupações são de construir seu próprio futuro, buscando uma autossuficiência que não depende da vontade e nem da permissão de Deus.

Quando nos afastamos de Deus, por uma opção pessoal, e bebemos na taça da infidelidade, falsidade e da autossuficiência, nos embriagamos com a dor, a incerteza, a falta de  perspectiva de vida e a solidão, que não são preenchidas pelas divindades do dinheiro, do comodismo, do sexo fora do matrimônio, dos bens de consumo, do “estrelismo” em todas as formas: esporte, cinema, moda etc.., oferecido pelo mundo sem Deus, o coração divide-se em sentimentos obscuros e confusos que nos leva a inutilidade a dependência do pecado, e a consequência disso tudo é uma navegabilidade em águas turvas, à deriva, sem rumo e sem objetivo.  O profeta nos adverte: “Seu coração é falso, agora eles vão expiar. Ele mesmo destruirá os seus altares e destruirá as suas estrelas. Então dirão: “Não temos rei, porque não tememos Iahweh. Mas, mesmo o rei que poderá fazer por nós?”, (Os 10, 2-3).

Nosso Deus é Misericordioso, seu amor é insondável, sempre nos dá chances infinitas de mudar nosso rumo. A conversão deve nos acompanhar em todos os momentos, na prática do pedido de perdão, mas na disposição para perdoar.

O povo escolhido (Judeu) teve várias chances de remissão, foi acompanhado por Deus através de seus profetas, mas rejeitou aquele que foi enviado para colocar em prática o projeto de salvação. Meus irmãos, Deus não desiste, continua nos enviando mensageiros, promovendo sinais e nos mostrando que temos a possibilidade de encontrar a felicidade, ter um coração indiviso voltado para Deus, renovando sempre  a esperança, a fé como também a capacidade de renunciar e rever posições que nos deixam desconfortável diante de Deus.

A profecia de Oséias não foi somente para o povo de Israel, é também para cada um de nós, motivo pelo qual a Igreja em sua sabedoria divina nos chama a refletir este trecho que lemos na primeira leitura que conclui assim: “Semeai para vós a justiça, colhei conforme o amor, arroteai para vós um terreno novo: é tempo de procurar Iahweh, até que venha e faça chover a justiça sobre vós” (Os 10,12).

Evangelho, coração da palavra Deus, hoje Jesus envia os 12 em missão, dando-lhes diversas instruções, tendo como ponto de partida o anúncio do Reino dos Céus: “Dirigindo-vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus está próximo” (Mt 10, 7). Esta missão do anúncio do reino ainda hoje é mantida por Jesus através da sua Igreja, na pessoa de cada um que se sente chamado a ser protagonista no cumprimento deste anúncio, que deverá ser executada com base no respeito, na veneração as coisas santas, na busca da santidade e obediência aos pastores estabelecidos por Cristo para regerem sua Igreja.

Para finalizar, quero sublinhar a responsabilidade que cada um tem para com o outro, não só com a evangelização, que é uma missão precípua de cada cristão, mas em sermos sacramento da igreja para o próximo, e assim fazermos parte da multidão vestida de branco que alvejou suas vestes no sangue do cordeiro. Para nos ajudar nesta missão, chamo a todos a refletir o que está escrito em  Atos dos Apóstolos: “Estais atentos a vós mesmo e a todo o rebanho: Nele o Espírito Santo vos constitui guardiões, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele adquiriu para si pelo sangue de seu próprio Filho. (At 20, 28)

Que a benção de Deus Pai todo Poderoso, rica em misericórdia, desça sobre você e sua família, e que a Semente da Caridade cresça e frutifique em sua vida e de sua família.

 

 

Referencias bíblicas: tradução Jerusalém

Diácono Artur Pereira

Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Arquidiocese de Teresina