Amar não é fácil, viver sem amor é terrível
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esta quinta-feira IV
Semana do Tempo Comum, Ano A, iremos refletir sobre o amor e a dignidade da fé,
para tanto refletiremos juntos a carta de Paulo a Timóteo (2Tm 2, 8-15), em que
está ligada ao Evangelho (Palavra de Deus), escrito por Marcos (12, 28b-34).
Para refletirmos juntos, recomendo a leitura orante destes textos que hoje a
liturgia nos apresenta.
Iniciamos esta
reflexão citando o livro “Roteiros Homiléticos” do Pe. José Bortolini: “Nascemos
do amor, somos movidos pelo amor e seremos no fim avaliados pelo amor”, (pag.
475). A celebração eucarística é a manifestação do amor plena e absoluto de
Deus por cada um de nós, pois é no altar da palavra e do sacrifício que
professamos a fé católica, acreditamos em Jesus o enviado de Deus, se faz
presente em nosso meio, através da Igreja, em corpo, alma e divindade sobre o
véu do Santíssimo Sacramento do altar. O amor é exigente, pois requer de nós a
doação total e incondicional, e também o entendimento. Este amor só é possível
amando o irmão.
Amar não é fácil, viver sem amor é
terrível.
A segunda carta a
Timóteo pode ser chamada de “testamento de Paulo”, pois escrevendo a seu filho
na fé, o apóstolo, dar exemplo de como se deve viver a fé com resistência,
motivados pela palavra de Jesus que veio ao mundo com uma nova mensagem de amor
verdadeiro que nos aproxima de Deus.
Paulo compreende
que a vida de Jesus é uma luta constante objetivando fazer a vontade de Deus
para restaurar toda a humanidade as suas origens, para isso, não mede esforços,
oferecendo-se com toda liberdade a morte, e morte de cruz, que foi incapaz de
impedir a vitória, pois ele ressuscitou vencendo este inimigo implacável da
vida. Esta é a boa notícia anunciada e vivida, por isso, assim como Paulo, todo
cristão não deve ter medo de enfrentar tantas dificuldades que surgem na caminhada, como descreve sua carta:
“Lembra-te de Jesus Cristo ressuscitado dos mortos, [...] e pelo qual eu sofro,
a ponto de estar acorrentado como um mal feitor[...]. (2 Tm 2, 8-9).
Paulo encontrava-se preso, em sofrimento, porém a prisão não o desviou
do “Caminho”, fortalecia sua fé e
continuava a falar de Jesus o ressuscitado que veio ao mundo para salvar a
todos. A prisão junto com a intimidação ou o silêncio imposto a ele não iria
impedir-lhe a anunciar a libertação. O Pe. José Bortolini resume o sentimento
de Paulo: “Não é a prisão de um líder, as intimidações ou o silêncio ele
imposto que irão impedir o processo de libertação. A palavra é livre ...
Aprisiona-se pessoas não suas ideias.”, (pag. 695).
Segundo Paulo, ser
cristão é conjugar três verbos: viver, morrer e reinar, sobre este ideal de
vida, ele discorre: “Se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele
sofremos, com ele reinaremos. Se o renegarmos, também ele nos renegará. Se lhe
fomos infiéis ele permanece fiel, pois não pode renegar-se a se mesmo.”, (2
Tm 11-13).
Meus caros leitores, o Evangelho é centro da palavra de Deus. Jesus Cristo é a todo momento questionado,
devido suas posições, o capítulo 12 de Marcos torna visível estes
questionamentos sobretudo pelos sacerdotes e anciãos, fariseus e partidários de
Herodes, saduceus e doutores da lei, todas autoridades religiosas e políticas,
mas Jesus os desmascara com a verdade, falando com autoridade sobre as coisas
de Deus e sua missão salvífica.
A discussão de
hoje é sobre o primeiro e maior dos mandamentos da lei, a pergunta é uma
armadilha: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” (Mc 12, 28), pois
para os Judeus não havia mandamento maior ou mais importante. Jesus em sua
resposta inicia falando do primeiro mandamento, que era prefácio de toda oração
Judaica, e cita Deuteronômio “ESCUTA, Israel! O Senhor nosso Deus, é o
Senhor que é UM. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com todo o
teu ser, com toda as tuas forças” (Dt 6, 4-5). Até aí tudo dentro do
pensamento judaico, mas a grande novidade e ousadia de Jesus em sua catequese,
desafiando as autoridades religiosas, é quando Ele cita: “[...] amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Eu Sou [...]”, (Lev 19,18). Nesta passagem
ele une os dois grandes mandamentos com o verbo AMAR (ao próximo) e AMAR
(a Deus).
E, para finalizar,
acreditamos que Jesus Cristo é a essência da unidade, e não a uniformidade. O
amor não é um trilho, mas uma trilha que nos levará ao encontro pessoal com
Ele, que deve estar no centro de nossa caminhada.
Que a benção de Deus Pai todo Poderoso, rica em
misericórdia, desça sobre você e sua família, e que a Semente da Caridade cresça e frutifique em sua vida e de sua
família.
Referencias bíblicas: tradução TEB*
Roteiros Homiléticos. A, B, C - Pe. José
Bortolini.
Diácono Artur Pereira
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Arquidiocese de Teresina
Revisão Wellington Fabricio

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