A solidariedade não pode parar
Celebramos neste final de semana, 14/06, o XI Domingo do Tempo Comum, com Santa Missa celebrada pelo Padre Francisco das Chagas, pároco da paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Na ocasião, ele nos lembrou que esta celebração se dar após termos terminado a caminhada da páscoa, tendo celebrado a ascensão de Jesus, a festa de Pentecostes e a Santíssima Trindade.
FOTO: Padre Chagas Martins |
O reverendíssimo nos lembrou que retornamos a uma caminhada cercada de esperança, Tempo Comum na Liturgia da Santa Igreja, na qual o próprio Senhor reserva para cada um de nós. Nossa esperança está em Deus e no que vem Dele.
Padre Chagas compartilhou com todos uma música que se fez muito presente no início de sua caminhada na vida catequética dentro da Igreja. Na composição da música entendemos que essa utopia nos leva a confiar no Senhor de que algo nos virá. Com a letra dessa bela música, refletimos sobre a missão de Deus confiada a nós.
"Quando o povo nas ruas sorrir
E a roseira de novo florir
[Utopia de Zé Vicente]
A Primeira Leitura proclamada do Livro do Êxodo, capítulo 19, versículos de 02 a 06, nos mostra que Deus escolhe um povo para si e faz dele um reino de sacerdotes, uma nação santa. Nisso vemos a prefiguração de Jesus dando o testemunho com sua própria vida revelando seus ensinamentos aos seus discípulos, o mesmo acontece conosco aos sermos enviados como cristãos.
FOTO: Aurélio proferiu a segunda leitura |
Na Segunda Leitura, retirada de Romanos, capítulo 05, versículos de 06 a 11, São Paulo vai nos apresentar Cristo que dá a sua vida por todos nós, não usando de meritocracia conosco, mas antes Ele nos chama e mostra que veio para toda a humanidade. Fazendo relação com o evangelista Mateus que revela na escolha dos 12 discípulos chama dentre eles um cobrador de impostos e aquele que iria lhe trair.
Jesus escolheu aqueles que Ele quis, pois sua escolha é a partir de uma aliança entre o amor de Deus e a humanidade. Quando o Messias veio ao mundo foi para fortalecer ainda mais esta aliança.
No Santo Evangelho deste domingo, anunciado do texto de Mateus, capítulo 09, versículo 36 até capítulo 10, versículo 08; Jesus é aquele que se compadece de seu povo. Essa compaixão que não é sentir pena, mas antes de tudo entrar no sentimento e compromisso naquilo que o outro sente. Neste sentido, entendemos que Jesus participa da vida do seu povo. O mestre percebe que as ovelhas estavam como se não tivessem pastor. No judaísmo, pastor é aquele que protege, cuida, direciona e se preocupa com as ovelhas. Diante dessa realidade Cristo se apresenta como o Bom Pastor (João 10, 10).
Diante dessa proposta de Jesus somos convidados a entender que o pastoreio não está restrito somente a dimensão eclesiástica espiritual, ou seja, não é missão somente do clero da Igreja. Assumir a missão de pastorear é para todos aqueles que são chamados a tomar conta, cuidar, proteger e zelar um povo e até mesmo fazendo parte dele. É verídico que em nossa casa, o pai e a mãe tem essa missão, pois neste tempo quantas pessoas se sentem desprotegidas e sem esperança, por isso, desenvolvemos nosso papel zelando pela vida do outro, que não sejamos maus pastores que se aproveitam das fragilidades das suas ovelhas.
Vemos nos doze discípulos escolhidos pelo Messias que receberam um envio especial para anunciar o reino dos céus, curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar leprosos e expulsar demônios (Mateus 10, 7-8). Padre Chagas nos relata, a partir deste texto bíblico, que muitas vidas estão sendo perdidas por falta de um cuidado e atenção. Vimos também uma preocupação de Jesus ao pedir que os 12 fossem primeiro cumprir a missão junto as ovelhas perdidas da casa de Israel.
Outra exortação deixada aos escolhidos diz respeito a primeiramente ir e anunciar o Reino de Deus, depois de anunciado é momento para esse mesmo reino ser compreendido pela realização das obras, que não seja por seu próprio nome, mas em nome daquele que lhes enviou. O pároco fez relação a muitas pessoas que fazem suas doações a pessoas que precisam, mas exigem que seja registrado e propagado esses atos.
Ao concluir o evangelho Jesus nos diz: "De graça recebestes, de graça deveis dar!" (Mateus 10, 8b). A solidariedade no tempo que vivemos não pode ser reduzida a uma solidariedade epidêmica, mas deve ser uma ação que não pode parar. O cuidar do outro não pode ser preocupação de agora, mas de sempre, pois Jesus em todos os momentos acompanha seu povo e jamais nos ensinou a sermos oportunistas com o sofrimento do outro, pelo contrário nos ensinou a ajudar em todos os momentos.
No pedido do Filho de Deus: "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita" (Mateus 9, 37-38); Ele já sabia que são poucos aqueles que de fato se compadecem com o sofrimento do outro (que não deve ser por um momento, mas por toda a vida). A compaixão com o próximo deve estar alicerçada no cuidado, no zelo por todas as dificuldades e acima se tudo para uma vivência de comunidade.
Padre Chagas encerra sua homilia rezando: na escuridão do que vivemos nos dias de hoje, queremos pedir ao Senhor que brilhe para nós sua luz e faça resplandecer o sol da justiça sobre toda a humanidade agora e sempre. Amém!
Texto: Júlio Rodrigues
Fotos: Karine Rocha
Pascom/ PNSPS
Comentários
Postar um comentário